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Ações educacionais e memória coletiva

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    Pnem
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    Promover ações de educação para o patrimônio, voltadas para a compreensão e o significado do patrimônio e da memória coletiva, em suas diversas expressões como fundamento da cidadania, da identidade e da diversidade cultural;

    #797

    Expandir as ações educativas para os espaços comunitários (bairros, comunidades e arredores), reconhecendo territórios e práticas cotidianas; explorando os bairros e suas histórias, inventariando objetos e práticas que ajudem a compreender e difundir a memória local;

     

    Olá, Diego!

    Faço essa proposta baseada na experiência de dois projetos desenvolvidos aqui no Rio, no Museu da Chácara do Céu, em Santa Teresa, um dos bairros mais favelizados do município.

    Desenvolvemos no último ano o Projeto Letrarte, uma parceria com uma escola municipal, recebendo turmas de alunos que vivem nas comunidades do bairro uma vez por semana para visitas, oficinas, etc.

    Com eles também fizemos uma visita do Projeto Circuitos de Santa, que realiza visitas mediadas ao bairro, em diferentes opções de circuitos, tratando de temas históricos, turísticos e culturais.

    Foi uma experiência muito legal levar essas crianças ao conhecimento das histórias de seu bairro num contexto de apropriação do patrimônio local e sua integração com o museu.

    O museus abriu suas portas para a comunidade e com ela ultrapassou seus muros, chegando às ruas, ao bairro.

    temos relatos e imagens dessas experiências em nosso blog:

    http://www.educachacara.blogspot.com

    #825

    Oi, Fernanda.

    obrigado por sua contribuição ao relatar experiências educativas que me pareceram bastante  significativas para os debates aqui do GT Museus e Comunidades.

    Apesar de não conhecer pessoalmente a realidade enfrentada em Santa Tereza-RJ, creio que a execução de projetos como o Letrarte ou Circuitos de Santa vem ao encontro desta “abertura” dos museus para trabalhar com as comunidades e o seu patrimônio.

    E sua sugestão de expandir as ações educativas para “além fronteiras” só reforça este entendimento, pois valoriza a cultura viva das crianças do bairro e de seus familiares, amigos e parentes, tratando do seu cotidiano e do seu patrimônio em sentido amplo (global).

    Fiquei muito curioso pra saber mais sobre estas ações desenvolvidas aí no RJ e obrigado pela dica do Link.

    Por enquanto vamos trocando ideias por aqui.

    Abraço e até mais.

    #870

      Olá Fernanda! Olá Diego!

      Fico feliz pelas discussões no Fórum, mas como educadora e promotora de visitas técnicas em museus e demais espaços de memória, preciso manifestar minha angústia em relação as poucas iniciativas de ações de educação para o patrimônio, voltadas para os professores que propõem a realização de visitas a museus. Na minha opinião, não basta promover e fomentar ações com as comunidades, é essencial promover e fomentar ações com estes formadores de opinião: os professores (de todos os níveis de escolaridade).

      O que vocês pensam a respeito?

    • Esta resposta foi modificada 11 anos, 2 meses atrás por Valeria Chaves.
    #881

    Olá, Valéria e Fernanda

    concordo plenamente com sua proposta de aproximação e cooperação direta entre museus e professores. E isto também é um debate que diz respeito ao GT Redes e Parcerias, como pode ser observado no tópico “Parcerias com instituições de ensino…”, onde são mencionados os Museus de Escola.

    De todo modo, fiquei pensando no seguinte:

    Através de acordos de cooperação firmados com secretarias de ensino, os museus poderiam contar com professores da comunidade cedidos para trabalhar diretamente em seus “setores de ações educativas”. Essa cessão poderia ser integral (40 horas/semana) ou  parcial, conforme o caso, voltada para a elaboração e execução de projetos educativos conjuntos.

    Claro que deve haver condições e vontade de ambos os lados (museu e escola) e a parceria não pode se resumir simplesmente numa ação superficial ou numa alternativa de trabalho para o professor descontente com a sua realidade escolar.

    Em suma, a ideia não é “tapar o sol com a peneira”….

    Seria um trabalho onde o professor e o educador em museu atuariam de modo colaborativo. O museu “ouvindo” a escola e vice-versa.

     

    #1018

    Prezado Diego,

    Sua proposta é interessante, mas na minha opinião não atinge o foco do problema, pois (se entendi bem), assim apenas uns poucos professores teriam esta oportunidade e os que estariam no museu seriam retirados da sala de aula. É isso mesmo? Há ainda um outro problema na sua proposta, que diz respeito a carga horária do professor, que é de 16 horas (na rede estadual de MG), de 15 (na prefeitura de Ouro Preto) e de 22 horas (para os professores de anos iniciais) e não 40 horas, como é o caso da carga horária dos funcionários do museu.

    Bom, mas esta ainda não é a questão principal. A questão, na minha opinião é: levarmos a grande maioria dos professores o conhecimento mínimo necessário à realização das atividades promovidas no museu durante uma visita. Pois, minha avaliação é a de que a visita nem sempre é planejada, porque os professores não sabem e/ou não foram preparados para isto, percebe?

    De qualquer forma, vou entrar no GT Redes e Parcerias, como pode ser observado no tópico “Parcerias com instituições de ensino”.

    Obrigada pelas idéias!

    #1022

     

    Oi Valéria Chaves,

    Obrigado pelo posicionamento crítico.

    Vou tentar explicar melhor a ideia, pois acredito que a presença de professores nos setores educativos de museus pode ser positiva, dependendo da realidade enfrentada.

    O objetivo não é retirar o professor de sala de aula simplesmente, mas que ele possa atuar estabelecendo “pontes” de ligação entre o museu e a escola. Abrindo canais de interlocução e qualificando as atividades educativas promovidas pelo museu, na medida que conheça bem as escolas, os estudantes e a comunidade, além do próprio museu.

    Em outros termos, este professor cedido ao museu nunca poderia perder de vista a realidade escolar, sendo um interlocutor direto entre museu e escola. Este professor, inclusive, poderia ser um multiplicador, no sentido de levar “(…) a grande maioria dos professores o conhecimento mínimo necessário à realização das atividades promovidas no museu durante uma visita”, como salientaste na postagem.

     

    #1023

    complementando… Claro que isto não resolveria todos os problemas de planejamento e execução de visitas aos museus por parte das escolas, mas poderia ajudar muito na preparação destas atividades, tendo em vista sua formação e experiência profissionais.

    #1081

    Caros parceiros de discussão:

    Sou antropóloga, profa. universitária aposentada, com experiência na direção de museus e participação em colegiados que tratam da questão da preservação do patrimônio cultural(ICOM, CONDEPHAAT e CONDEPAC-Campinas) há quase 30 anos.

    Devo dizer-lhes que minha insatisfação diante do distanciamento que a  população, em geral, e mesmo a universitária, mantem relativamente às preocupações e propostas dos  órgãos que trabalham com a preservação da memória de uma sociedade levou-me a realizar, no fim da década de 80,uma pesquisa-ação sobre a CULTURA LÚDICA DA INFÂNCIA, com o claro objetivo de DOCUMENTAR, mas precisamente, de LEVAR a criança a sentir-se Produtora, Preservadora e Transmissora de uma parte importante da Memória Coletiva Mundial, trabalho este que está contido no livro de minha autoria” BRINQUEDOS E BRINCADEIRAS:PATRIMÔNIO CULTURAL DA HUMANIDADE”, 2 vols.,Pontes Edts., Campinas, SP.

    A partir da pesquisa básica mantivemos a Oficina “PRESERVAR BRINCANDO” durante quase 10 anos no espaço do Museu Universitário, o que resultou numa grande sensibilização não somente das crianças, mas de suas famílias (exposições onde as crianças eram as protagonistas e monitoras) para a importância que cada indivíduo tem na  construção progressiva das múltiplas heranças culturais de uma sociedade. E a ação educativa do Museu, relativamente ao seu próprio acervo, tornou-se muito mais acessível e atraente.

    Tenho como certo que há uma correlação íntima entre (1) a Valorização das Diversificadas Memórias de um Mosaico de Culturas- nossas cidades contemporâneas,(2) o resgate da Auto-Estima dos sujeitos dos variados segmentos populacionais, (3) a Percepção da Importância da Preservação da Memória  no processo de Desenvolvimento da Sociedade e(4) a instalação da Cidadania.

    Minha opção por trabalhar com a criança fez-se por acreditar que valores essenciais para uma vida adulta qualitativa são colocados na infância e adolescência.

    Há a possibilidade de se trabalhar, também, a Auto-Estima e a sensação de Pertencimento entre os adultos valorizando aspectos da Cultura Imaterial produzida por segmentos da população. Existem experiências exitosas no Canadá, onde estive estudando os ECONOMUSEUS, entre outros.

    Finalmente, em meu livro “MUDANÇA DE RUMO, JÁ:HERANÇA CULTURAL, PRESERVAÇÃO E DESENVOLVIMENTO”, Pontes edts, 2009, Campinas, SP há artigos que, creio, poderão incrementar as discussões em torno dos vários temas propostos neste blog.

     

    #1092

     

    A visão de Museu como espaço físico utilizado apenas para armazenar peças antigas é ultrapassada, desconectada do cotidiano da população e da atualidade. Museu, atualmente é visto como espaço de conservação de bens culturais e técnico-cientificos, um local diálogo com o público e também de difusão de conhecimentos. Os Museus contribuem para o desenvolvimento de outros setores, como turismo e a geração de empregos.

    O Museu de Ciências e Tecnologia “Prof.Dr. Mário Tolentino”, localizado na cidade de São Carlos – SP, é um espaço de difusão do conhecimento e abrange diversas áreas do saber.  Um espaço onde o público pode conhecer na prática os processos científicos.

    A realização de ações voltadas para a popularização da ciência requer acompanhamento, tanto do processo em si quanto de seu impacto sobre o nível de alfabetização científica e tecnológica. Para a implementação e desenvolvimento destas ações há de se conhecer as características do publico a que se destinam.

    O publico do Museu “Mário Tolentino” é bastante diversificado, nosso grande desafio tem sido elaborar estratégias que atinjam essa diversidade. Para tanto, contamos com uma equipe de 11 profissionais, professores cedidos pela Secretaria de Educação do Município, com formação em diversas áreas. Estes profissionais dedicam 30 horas semanais para a elaboração de projetos, visitas monitoradas, oficinas, palestras, eventos associados à temática do museu, rodas de conversa, dentre outras ações. A constituição do quadro de funcionários de nosso museu é um aspecto positivo, pois tem auxiliado na articulação Museu/Comunidade.

    Quanto ao atendimento de grupos escolares, entendemos que espaços como Museus, feiras e mostras de ciência, jardins botânicos, entre outros, são importantes meios de aprendizagem não formal. Esses espaços possuem enorme potencial para desenvolver a compreensão pública da ciência em geral. Porém, é essencialmente, função da educação formal promover a alfabetização cientifica do educando, por intermédio de atividades que envolvam a investigação.

    Os espaços não formais de aprendizagem podem potencializar o aprendizado em sala de aula ao integrar as atividades.  Para tanto, há de se estreitar a relação Museu/escola no tocante ao conteúdo formal. As possibilidades de relação entre Museus de Ciência e escola são muitas.

    Quanto o atendimento ao publico geral, defendemos a tese de que é importante o envolvimento da população como um todo na educação científica, em um processo de popularização da ciência. Nesse sentido, desenvolvemos ações capazes de promover melhorias na qualidade de vida dos envolvidos, que contribuam para a reflexão, conscientização e construção do pensamento crítico.

    Acreditamos que mais do que um museu na comunidade, “Mário Tolentino” necessite ser um museu da comunidade, contextualizado com o seu entorno e comprometido com sua função social.

    #1094

    Cara professora (Museu Carlos Gomes), Paula Catarino (Museu de Ciências e Tecnologia) e demais participantes do PNEM,

    Obrigado pelas referências e relatos feitos até aqui, pelas ideias compartilhadas e pelo esforço de participação realizado por cada um de vocês.

    Como estamos chegando na “reta final” deste Blog, creio que precisamos somar esforços para a construção de propostas e sugestões que possam integrar o documento final que receberá o nome de PNEM, expressando nossos entendimentos e anseios sobre a educação museal…

    Tentando contribuir nesta construção coletiva, gostaria de retomar o que a professora do Museu Carlos Gomes registrou logo acima. E fiquei pensando se poderíamos elaborar a seguinte proposta para compor o programa:

    “Promover pesquisas e ações educativas com foco na cultura lúdica da infância, com o objetivo de garantir o reconhecimento das crianças como Produtoras e Preservadoras de uma parte importante da Memória Coletiva Mundial, observando a pertinência de documentar, investigar, sistematizar e comunicar estas experiências.”

    E acrescentaria:

    “(…) que o Direito à imagem e o Direito à propriedade intelectual sejam norteadores da produção imagética, musical e textual das ações, tanto no que diz respeito à produção infantil quanto aos demais integrantes das comunidades”. (CARTA DAS MISSÕES-REPIM/RS, 25 de agosto de 2012.)

    Alguns destes aspectos já têm sido acolhidos, inclusive, na elaboração de editais de fomento à cultura no país. Que bom que as crianças sejam respeitadas, não é mesmo?!

    Que acham da proposição acima…?

    Abraço e até mais.

    #1100

    Diego:

    Concordo  com sua proposta, mas parece-me importante, em algum momento explicitar que a Valorização, Revitalização , Documentação e a Preservação da Cultura lúdica infantil é o caminho certo para a instalação, no seio das comunidades, de um sentimento Pertencimento  à construção cultural, sem o qual não haverá Preservação da Memória Social.

    #1101

    Retificando a frase acima:

    ….. ” de um sentimento de Pertencimento, sem o qual”…

    Regina Márcia

    #1257

    Acredito que um bom meio de promover a educação para o patrimônio seja a realização de Cursos de Patrimônio Cultural voltados para pré determinados públicos-alvo.

    Trabalho no Museu de Arte Religiosa e Tradicional, em Cabo Frio, e durante muitos anos foram realizados esses cursos direcionados para professores, taxistas, etc.

    Embora há alguns anos não esteja mais sendo promovido, muitas pessoas que já participaram elogiam e pedem a reimplantação desses cursos.

    E, diante dessa aprovação e anseios da comunidade, pretendemos, assim que possível, voltar a realizar esses Cursos de Patrimônio Cultural como mais uma alternativa de promoção de nosso patrimônio.

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