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Acessibilidade social e física

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  • #269
    Pnem
    Membro

    Promover ações educacionais que garantam o acolhimento dos públicos e a acessibilidade social e física ao museu;

    #422
    Jorge Ramos
    Membro

    No que tange a acessibilidade social acredito ser importante que quando do planejamento das ações socioeducativas sejam contemplados – dentro da proposta aventada -, públicos com reconhecido “distanciamento” dos museus. Isto porque penso que seja fundamental o PNEM fomentar a importância de se pensar como favorecer aos diferentes públicos para que eles se identifiquem com os museus,  os reconheçam e deles se apoderem. Afinal, do ponto de vista legal, estes equipamentos já são do público, resta-nos contribuir para que o seja de fato. É o museu praticando seu papel social por mais uma via, sua razão de ser: as ações socioeducativas.

    #423
    Ozias Soares
    Membro

    Jorge, vou puxar “brasas” pra “sardinha” do eixo “perspectiva conceituais”: acho que é preciso fomentar uma mentalidade nova dentro dos museus  que QUEIRA que esses espaços estejam acessíveis social e fisicamente. Tenho a impressão, um pouco pessimista, que há muito o que fazer, considerando que há pessoas nos nossos museus que ainda os querem para a fruição de um pequeno grupo.

    #466

    Acessibilidade social é fomentar aquilo que interessa ao público. Mas como saber? O museu tem que estar permanentemente atento ao que o público quer ver!! Questionando sempre!! Perguntando, trazendo sempre os interesses daquela comunidade!!

    #501

    Acessibilidade me faz lembrar também das Pessoas Portadoras de Deficiências -PPDs, e creio que devemos levar em conta o que diz Artigo 30 da CONVENÇÃO SOBRE OS DIREITOS DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA, que trata da “Participação na vida cultural e em recreação, lazer e esporte” e onde os museus são citados literalmente. O estado brasileiro é signatário do referido documento, acolhido pelo DECRETO Nº 6.040, DE 7 DE FEVEREIRO DE 2007.

    Neste sentido, os museus (com seus planos museológicos) e a prórpia construção do PNEM precisam estar atentos a este regramento internacional, contribuindo com sua efetivação rumo à chamada Acessibilidade universal.

    E coloco esta observação porque é sabido que  a nossa legislação nacional representa avanços em diversos aspectos, mas temos muito trabalho para sua materialização, para que a “lei saia do papel”, como se costuma dizer.

    Exemplo disto é o reconhecimento legal da Lingua Brasileira de Sinais – LIBRAS como meio de comunicação e expressão em todo o país, e a realidade enfrentada pelos surdos e suas famílias e amigos em diversos contextos, incluindo os museus.

     

     

    #533

    Em relação a acessibilidade social, concordo com a Isabel, pois há muitos exemplos de museus que são construídos pela elite e para a elite, principalmente em cidades do interior do Brasil que ainda preservam a mentalidade patriarcal e da “tradição” de nome. Portanto é função do museu mudar esse cenário, questionando as suas reais necessidades e observar com outro viés o contexto em que está inserido, criando ações educativas e também ações que tragam o seu espaço expositivo para a realidade a qual está inserido e fomente o interesse de sua comunidade.
    No caso de acessibilidade física ainda há muito a ser feito, porém há bons exemplos que podem ser utilizados, como no caso do Museu Paulista, onde há elementos que inserem o deficiente visual na exposição.

    #536
    Leane
    Membro

    Quando leio “acessibilidade social”, penso em aproximar o Museu, das pessoas que ainda desconhecem sua existência, das que  não se consideram representadas nestas instituições, e principalmente, aquelas que se sentem excluídas deste ambiente. Precisamos buscar o desenvolvimento das questões da estrutura física, mas precisamos lembrar de uma barreira talvez muito maior, que é a comunicacional.

    #610

    Esse tópico trata especificamente de acessibilidade social, sobre acessibilidade física comentamos entre outro. A comunicação é um dos pilares museológicos, questão primordial para todos. O ideal é desenvolvermos metodos que possamos atingir à todos. Legendas, audioguias e palm tops são ótimos , mas nunca desviar a atenção do acervo, complementar sim as informações.

     

    #612
    gjaccon
    Membro

    Olá,

    em questão a acessibilidade física,

    como fica a reestruturação de museus que são espaços

    tombados e não possuem acesso adequado,

    existe algum programa ou projeto de reestruturação desses espaços específicos?

    #622

    A questão do prédio tombado é um fato real. Temos que criar soluções que possamos permitir acessibilidade total nesses espaços. È uma questão para a arquitetura do IBram se manifestar!! Como deficiente e museóloga ainda não sei como iremos contornar essa questão, mas uma coisa é certa: cada caso é um caso. Cada solução terá que ser criada para cada prédio especificamente, muita conversa e consultar os mais interessados: os deficientes.

    #748

    Mesmo que seja tombado, é necessária a reestruturação dos museus em termos físicos (e sociais!)! Cada caso é um caso mesmo,  mas… sempre há uma solução, não é? As instituições não podem se “esconder” atrás de suas edificações para não se adequarem aos nossos mais diversos públicos!

    #750

    O ano passado, utilizando o Prêmio de Modernização de Museu do IBRAM, conseguimos criar acessibilidade física total no Museu de Tecnologia do Século 20, onde hoje é possível até ao deficiente visual, fazer o circuito sozinho, através de piso podo táctil,  tocar o acervo e ler sua contextualização em Braille e ouvir informações cronológias, sobre as principais invenções.  Mas não foi uma ação fácil devido a pouca experiência do setor museal e dos fornecedores para atender as demandas. A princípio, após a reinauguração, achamos que daí por diante tudo iria fluir bem, afinal o tema havia ido para a mídia, as informações sobre o museu com acessibilidade haviam circulado, mas esse público não vem. Por que?

    É onde, ao nosso entender, entra a acessibilidade social. Quantos cegos temos no Estado de Alagoas? A Associação registra pouco mais de 1.000. Mas, como vivem? Qual o acesso destas pessoas as informações? Qual o grau de dependência destes? Quantos sabem Braille? Quantos se encorajam a vir sozinhos?

    Trazer o defciente visual ao convívio cultural é muito mais do que criar as bases de acessibilidade do equipamento cultural é um problema de amplas vertentes.  Acreditamos que esse público precise ser resgatado e motivado a vir ao museu, não é uma coisa de esperar. E é o que estaremos fazendo este ano.

    #765
    carlamenegaz
    Membro

    Um primeiro passo é a conscientização dos gestores e de todos que atuam no museu. Estas pessoas precisam conhecer o espaço em  que trabalham  , suas deficiências , ou ponto fortes para acolher o público em sua diversidade.  è preciso um diagnóstico bem feito desses espaços para conhecer e compreender quais as ações são prioritárias  em relação aos desafios para acessibilidade  física ( o que inclui-se até a questão da mobilidade urbana , como chegar ao museu) I, acessibilidade sensorial e a qualificação daqueles que atuam no museu – desde do porteiro, recepcionista, educadores, curadores, pesquisadores, até , claro, os Gestores ! Cada museu apresenta portos fortes e fracos que lhe são específicos, desafios e necessidades peculiares. As ações do museu devem ser pensadas para um público alvo , que precisa conhecer seu público e o quem deseja incluir com as novas ações : dar acesso a quem ? Quem é o público que vem ? O museu atuando pró-ativamente , mas de forma a otimizar e investir em projetos educativos  que realmente vão alcançar seus objetivos e coerentes com a missão do Museu.

    #794

    O País inteiro precisa se adequar as questões de acessibilidade.  Mesmo como Gestor de dois museus sou também uma pessoa com problema de baixa visão. Eu só enxergo menos de 20% pelo olho esquerdo, o direito tive perda total.  Razão pela qual posso afirmar que a maior dificuldade não é usar o computador, que eu aumento a 185%, não é ler quase cheirando a páina do livro, o difícil é a mobilidade. Andar na rua, nas calçadas, enfrentar as escadarias, os abismos que encontramos a cada instante. Isto é que desanima sair sozinho. Não me importo mais de não reconhecer as pessoas, de não ler a distância, de não enxergar o semâmaforo. Não dirijo mais há 6 anos. Sou aposentado há 12  e só continuo a trabalhar para continuar vivo. Continuo escrevendo para o jornal. Edito mensalmente um jornal chamado O PALÁCIO, cuja linha editorial privilegia obras acadêmicas de alunos e professores aliadasa História, Arquitetura, Urbanismo e preservação.  O ano passado tive uma obra minha premiada. No entanto eu sei o que me custa tudo isso. Acessibilidade é também mobilidade, o direito de ir e vir sem estar atrelado a alguém.

    Por isso eu vejo que muitas pessoas que perderam a visão ou mesmo que tenham baixa visão precisam antes de tudo serem encorajadas a continuar. Isto vai além de uma boa gestão museal, isto é um problema social enorme que passa despercebido, sobretudo fora dos grandes centros Rio-São Paulo.

    Benedito Ramos

     

     

     

    #811

    Benedito, as questões de acessibilidade não estão ligadas somente às instituições museológicas, mas sim da cidade, questões urbanisticas. Eu também sou deficiente e sei das minhas dificuldades no dia a dia. Foram precisas algumas adaptações no meu espaço de trabalho no Museu da República mas hoje me sinto completamente independente. Sei que existe muito a ser feito, mas são com pequenos passos e atitudes que conseguiremos implantar NOS  ESPAÇOS MUSEOLOGICOS (pois este é o nosso foco) ações agregadoras e que possibilitará uma maior visitação de todos.

    Mas sim Carla parte da equipe técnica do conhecimento globalizado do seu espaço de trabalho. Não adianta colocarmos rampas, piso podo tátil e leitores em braile se quem está na portaria não souber receber o deficiente adequadamente. Todo o trabalho de equipe cai terra abaixo.

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