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Acessibilidade social e física

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  • #828

    É de fundamental importância a discussão deste tópico no blog. Cabe a todos nós, como servidores e acima de tudo, como pessoas, promovermos a inclusão social das pessoas que possuem algum tipo de deficiência.

    Trabalho no Mart – Museu de Arte Religiosa e Tradicional, em Cabo Frio, e sempre que surge a possibilidade, trabalhamos com o grupo do Cped – Centro de Profissionalização para Pessoas com Deficiência.

    No Cped, é desenvolvida uma oficina de mosaico, e durante o ano, os alunos confeccionam peças maravilhosas, que depois são expostas e vendidas no Mart. Esse grupo de alunos também já participou como público-alvo de nossas atividades educativas. E, além disso, eu já tive o privilégio de fazer no local um curso de Libras, em 2011.

    #851

    Manoella que belo trabalho, se vc puder um dia apresentar sua experiência na RAM teremos o maior prazer em organizar um encontro em que vc possa falar

    #872

    Sim, Isabel Portella!! Será um prazer poder compartilhar as experiências de nossos trabalhos no Mart com o pessoal do Cped!

    #953

    Então marcaremos!!

    #1086
    Moari
    Membro

    Contribuo com esta discussão, apresentando uma afirmação pessoal de que há entres as instituições museológicas brasileiras um imenso vazio conceitual entre o que considera-se como MUSEU ACESSÍVEL e MUSEU INCLUSIVO.
    Inicialmente, afirmo que estas ‘instituições’ deveriam ser conceitualmente indissociáveis, afinal não basta ter uma rampa para tornar-se um museu acessível, nem basta ter uma estrutura completamente acessível para tornar-se um museu inclusivo. Note-se que na realidade dos museus brasileiros estas ‘instituições’ são quase imperceptíveis. Em verdade, acredito que nenhuma das duas exista em sua plenitude.

    Percebo que existem entre os museus ações fantásticas e criativas, que foram, e continuam sendo, desenvolvidas que buscam minimizar o abismo entre elas e o público, criando estratégias eficazes para tal finalidade. Este é um grande passo dados por alguns museus brasileiros, mas que são, em grande parte, ações pontuais, realizadas em determinadas regiões. Na maior parte do Brasil, isso não existe, nem sequer é pensado.
    Entendo, que esta é uma árdua e longa jornada a ser seguida, mas que não está nem próxima do ideal. Ter disponível este espaço de discussão já é um grande avanço para o campo museal brasileiro. Façamos realmente o uso dele.

    Entrando no campo dos problemas, percebo que no campo museal brasileiro, um dos possíveis paradigmas sobre a Acessibilidade em Museus é a existência de um recorrente equivoco quando se trata tecnicamente desta temática. A este ‘conceito’ associa-se, majoritariamente, à ideia exclusiva sobre o acesso das pessoas ao ‘imóvel’ MUSEU. Tudo aquilo que envolve, entre outras coisas, a construção (ou adaptação) de rampas, elevadores etc., isto é, toda uma estrutura de fato imprescindível para acessibilizar o espaço, mas que é, recorrentemente, compreendida como ‘A’ solução para todos os problemas de acessibilidade. Vivenciei casos que evidenciam bem este problema.

    Contudo, não sei se esta informação já foi colocada à discussão, mas o IBRAM apresentou em 2011, em sua publicação MUSEUS EM NÚMEROS, que segundos os dados autorreferendados, cerca de 50,7% das instituições museais cadastradas possuem estrutura acessível para pessoas com deficiência. Essa informação me causou surpresa, pois acredito que ela não reflete a real situação dos museus.

    Nesta levantamento, pode-se perceber a recorrência do erro, neste caso institucional, quando se trata da acessibilidade. Nota-se a reafirmação da ideia comum sobre o tema acessibilidade e o despreparo, ou desconhecimento, de gestão sobre as normas técnicas brasileiras e internacionais de acessibilidade.  Para esclarecimento, evidencio as falhas mais contundentes:

    – Não foi citada a utilização da norma técnica (NBR 9050/2004) como direcionamento da pesquisa, isto é, as regras que dispõem sobre os critérios arquitetônicos e de design para a acessibilidade aos espaços vigente no Brasil, não foram consideradas para avaliar os espaços museológicos cadastrados.

    – Tampouco foram sinalizados critérios específicos para comunicação plena nos museus (somente há dados referentes a sinalização em Braille). Não há referencial a outras estratégias como audiodescrição, maquetes táteis etc.

    Isto é, entendo que no Brasil possa não existir museus acessíveis. Tampouco museus inclusivos. Acredito que, no atual contexto brasileiro, exista apenas o desenvolvimento de ações museológicas voltadas para a acessibilidade e inclusão.

    Finalizo, pontuando a necessidade de que os Museus devam, a cada dia mais, desenvolver diagnósticos institucionais, investir na requalificação estrutural e na formação de seus profissionais, qualificando-os para a viabilizar a acessibilidade estrutural, comunicacional e atitudinal, buscando sempre a integração, propondo atitudes de inclusão entre os setores institucionais e o público e, que propiciem o desenvolvimento de espaços acessíveis, inclusivos e plurais.

    #1225

    Moari,

     

    Todos os pontos levantados por vc, serão incluidos no relatório final do PNEM!! Pontos essenciais. Muito obrigada!

    Isabel

    #1259

    Encaminho algumas propostas:

    Criar edital específico para acessibilidade nos museus;

    Promover seminários nacional e internacional sobre acessibilidade cultural;

    Acessibilidade como tema de uma edição da Primavera dos Museus;

    Oferecer um mini-curso sobre acessibilidade no Fórum de Museus;

    Estabelecer princípios orientadores ou recomendações sobre acessibilidade em museus;

    Fomentar a implementação de redes de acessibilidade em museus nos estados brasileiros;

    Indicar a acessibilidade como um dos critérios de pontuação na participação dos museus em editais;

    Firmar convênio com o Ministério do Turismo para mapear e divulgar os museus e instituições culturais que são acessíveis no país.

    Viabilizar oficinas sobre acessibilidade em museus para todo o brasil.

    Estabelecer parcerias com a Secretaria Nacional da Pessoa com Deficiência de modo a otimizar os projetos existentes.

     

     

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