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  • #873

    Recentemente fui informada deste Programa Nacional de Educação Museal, o qual soube por acaso por uma outra colega de um outro museu, embora todos os diretores tenham sido informados. Até aqui gostei bastante das questões levantadas e me identifiquei com muitos dos problemas aqui apontados. Penso que não basta institucionalizar apenas mas também internalizar o setor educativo nos espaços culturais (abraçar a causa). Acaba que, me parece, nestes anos todos no qual eu trabalho em educativos de museus, que o setor e a função são apenas pró-forma, não são valorizados como devem, são entendidos como um mal necessário nos espaços culturais (sempre atrapalhando… afinal trazem um bando de gente estranha, crianças, aborígenes, quiçá!!!) e lembrados apenas quando se fala em estatísticas, número de escolas e grupos que frequentam os espaços. No geral, têm acesso as informações referentes às mostras e exposições, no último segundo, do segundo tempo da partida, e depois de tudo pensado e decidido, as informações caem feito pára-quedas na cabeça dos pobres, sempre uma surpresa, sempre correndo atrás do prejuízo!

    #947
    Rafaela Lima
    Membro

    Olá, Rosângela! Bem vinda ao debate!

    Muito boas suas colocações! Concordo plenamente com você. É verdade mesmo, muitos lugares que fazem as seleções de mediadores por exposição, só começam esse processo de seleção quando tudo está pronto e organizado nas exposições. A ideia – e a defesa que faço – é que esses educadores participem de todo o processo, seja esse processo uma exposição, um curso, uma oficina, uma atividade do museu ou um evento. Toda ação de uma instituição cultural pode e deve ser educativa, por isso mesmo é imprescindível a participação do educador desde sua concepção. É isso que chamo de curadoria educativa. Muitas das bibliografias que li tratam desse tema como se fosse uma mera e descontextualizada seleção de “trabalhinhos” dos alunos de uma turma para uma exposição nos corredores da escola. Insisto que não disso que se trata a curadoria educativa! É, na verdade, um trabalho semelhante ao do curador de arte como o conhecemos: seleção, embasamento teórico, objetivos bem definidos, construção de discurso. Curadoria é essencialmente construção de discurso. Se educadores não partcipam desse processo de construção (seja ele em que atividade for: exposição, oficina, curso, evento), consequentemente esse discuso não contemplará as questões educativas envolvidas e os educadores não internalizarão esse discurso.

    Aproveito para falar da questão que você colocou sobre internalização das práticas educativas nos museus. Muitos usam esse setor como “outdoor” das instituições: é bonito e politicamente correto ter um setor educativo. Mas se esses educadores são na verdade guias e monitores de um discurso e construção da qual estão alheios e apenas repetem aquilo que lhes foi pedido, sem participação, seu trabalho não será uma mediação desses conteúdos e repertórios envolvidos (dele, do visitante, da instituição e de quem a compõe)… será só um “palavrório” repetido a cada visitante. É triste, mas é verdade.

    Nesse sentido, convido você e os demais participantes do forum a responderem a seguinte pergunta: quais as ações relacionadas com a formação desse educador podem ser desenvolvidas para que ele e a intituição internalizem sua importância e presença indispensáveis?

    #978
    Luana
    Membro

    Olá Rafaela e todos os colegas presentes, achei bastante interessante o último questionamento levantado. Há alguns meses um novo grupo de educadores foi contratado para o museu que atuo, em duas levas. Fui responsável pelo treinamento do grupo principalmente no diz respeito ao conhecimento teórico necessário para a atuação com o tema específico do nosso museu. Os treinamentos duraram em média 3 meses para cada turma e, após finalizá-los, iniciei um período de reciclagem com os educadores mais antigos.

    Como suporte utilizei apresentações em power point, vídeos e discussões no acervo. Contudo, passado algum tempo, uma parte do grupo começou a reproduzir o mesmo discurso e não criou em si a cultura de pesquisa e estudo essencial à pratica educativa em museus, muitos se desmotivaram.

    Somos uma equipe grande, 14 pessoas, responsáveis não só pela mediação mas também por elaborar atividades educativas e recreativas, elaborar exposições temporárias, elaborar eventos, atender aos visitantes, fazer “ronda” no espaço expositivo, atuar em outras áreas caso haja necessidade como, por exemplo, fazer a supervisão da limpeza e atuar no caixa.

    Há uma grande desorganização e desvalorização da real necessidade dos educadores ao meu ver e, realmente tenho a impressão que somos suporte para tudo o que ocorre no museu, os “paus-para-TODAS-as-obras”, somos o cartão de visitas da instituição e somos valorizados apenas pelo número de pessoas que atendemos ou quantidade de visitantes que conseguimos trazer ao museu de acordo com os eventos e atividades que planejamos. Diante desse panorama como julgar ou convencer um profissional a atuar como educador , a estudar, pesquisar, se envolver, se capacitar?????

    #1000

    Olá pessoal,

    para tentar responder à pergunta quais as ações relacionadas com a formação desse educador podem ser desenvolvidas para que ele e a intituição internalizem sua importância e presença indispensáveis?, acho que é preciso que os educadores e a instituição estejam cientes da função social dos museus brasileiros. Embora haja uma diversidade significativa de tipos de museus, é uma instituição que está buscando uma nova forma de atuação na sociedade. Os educadores devem estar a par destas questões e inseridos nestas discussões.

    Os educadores devem entender a função social do museu ao trazer públicos que historicamente estão excluídos de espaços culturais. Estimular o exercício da cidadania e entender como o museu – independente do seu tipo – pode colaborar para isso.

    Devem saber da importancia da comunicação museal, na relação sujeito – objeto – mediador; do discurso imagético que o museu está querendo passar. Sensibilização para facilitar a leitura do visitante na exposição. Seria uma formação sensível, voltada para o social, para educação do olhar.  E trabalhar junto às escolas nesta empreitada, não esgotar seu trabalho na visita à exposição.

    É necessário e imprescindível uma parceria com outras instituições, especialmente a escola. Mas o fato de estarmos falando de um museu e não da sala de aula (onde as mudanças nas perspectivas educacionais são mais lentas e amarradas por laços históricos de autoritarismo), nos dá boas margens para que uma concepção educacional afinada com as novas tendencias paragmáticas (que acredito estarmos vivendo) sejam pensadas…e é o que está acontecendo aqui, ao meu ver. O museu, por ser relativamente novo no Brasil, não tem essas amarras tão bem atadas como a escola…O problema é que como tudo é muito novo gera uma insegurança…o que não é um problema, na verdade… 

    Quais ações para que isso aconteça? Existência de um Plano deAção Educativa em todos museus, de um Núcleo de estudos do Setor, estímulo ao aprefeiçoamento através de seminários e participação em eventos, estímulo à pesquisa, parceria de museus com universidades… são alguns palpites.

    Acho que a grande dificuldade mesmo é a própria instituição internalizar esse setor. Todos os museus deveriam tentar responder qual a sua função social.

    #1005
    Rafaela Lima
    Membro

    Muito obrigada, Mariana, pelas suas contribuições. Você foi direto no ponto em que eu queria chegar: nessa reta final do blog (ele “fechará” para postagens dia 26 de março), devemos pensar em ações concretas para efetivação das propostas que fizemos até aqui.

    Aproveito, então, para destacar as propostas trazidas pela Mariana e aguardo outras propostas dos demais participantes.

    Existência de um Plano de Ação para os Setores Educativos em todos museus;
    Desenvolvimento e atuação de um Núcleo de Estudos neste Setor com foco na Educação Museal;
    Estímulo ao aperfeiçoamento/formação permanente do corpo educativo por meio da realização de seminários e participação em eventos;
    Estímulo à pesquisa;
    Busca e efetivação de parcerias entre os museus e as universidades.

    Mariana, caso essa “transcrição” tenha trazido prejuízo ao sentido do que você colocou, por favor me corrija, combinado? 😉

    Abraço a todos!

    • Esta resposta foi modificada 11 anos, 9 meses atrás por Rafaela Lima.
    • Esta resposta foi modificada 11 anos, 9 meses atrás por Rafaela Lima.
    #1029

    No estado de Santa Catarina faltam profissionais ligados a area de museologia.

    Deve existir um incetivo por parte do Estado em formar novos profissionais e abertura de novos museus.

     

    #1057

    Olá Fernando e demais colegas, creio que não seja só em Santa Catarina, mas esse é um problema que encontramos em  muitas localidades do Brasil. Esse é um bom meio para dar voz a necessidade da Edução Museal. Vamos nos unir para mudar esse quadro.

     

    Abraços

    #1063
    Rafaela Lima
    Membro

    É verdade, pessoal! Pelos comentários aqui nos fóruns do PNEM podemos ver que a necessidade é generalizada.

    No sentido de termos mais profissionais formados/capacitados para atuarem em Educação Museal, vocês têm alguma proposta de ação concreta para acrecentarmos à nossa lista? Já adianto que toda ideia é muito bem vinda, estamos construindo nosso conjunto final de propostas.

    Abraço!

    #1071

    Concordo com quem disse que é importante haver uma maior aproximação entre escolas e museus. Infelizmente o desmantelamento (desleixo/descaso) e a falta de preocupação em ter um setor educativo atuante e “opinante” é algo meio geral na maioria das organizações, sejam públicas e/ou privadas, à parte que estas últimas têm mais condições prá se organizar, mas a mentalidade de “desvalor” destes setores é comum a todos. Como a maioria das ações para melhorar este contexto parecem que devem vir de fora para dentro (políticas), pensar em propor ações de caráter formativo do educador também é oportuno embora pouco provável que garanta alguma mudança real. Acredito que estes setores deveriam se reportar primeiramente, não à direção do museu (que são muitas vezes de caráter político/partidário, muitas vezes autoritárias, alienantes e que não dão importância alguma à qualquer formação, incluisve a própria), mas à um grupo colegiado composto pelas universidades/faculdades de cursos de arte (artes visuais, escultura, pintura etc…) que são realmente pessoas com muito mais competência para opinar sobre o assunto. Vejam: não se trata de interferência externa, mas de uma fundamental assessoria/consultoria e um guia de respeito e autoridade, com voz e voto. Uma forma dos setores educativos das instituições culturais se fazerem ouvir e respeitar, longe das ingerências tão habituais dos nossos secretários de cultura por aí.

     

    #1072
    Ana Maria
    Membro

    Cada museu é diferente em estruturas , disponibilidade de pessoal e recursos financeiros. Penso que seria interessante o IBRAM fazer um levantamento de todos os seus museus para que se constatasse qual a real necessidade de cada um deles para que o setor de educação pudesse funcionar bem.

    #1115

    Vejo a colocação da Rosangela Oliveira quando ela diz “o educador do museu deve estar sempre atualizado” muito pertinente para o espaço desse fóro  que pretende gerar um documento que garanta a presença do setor educativo nos museus. O documento que estamos construindo deve assegurar a presença de Coordenadores e educadores nos museus bem como suas devidas capacitações. Respeitando claro a realidade de cada instituição.

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