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Danielle SchutzMembro
Bom dia ao grupo. Meu nome é Danielle Schütz, sou professora do curso de Conservação e Restauro de bens culturais, realizado pela Pró-reitoria de Extensão da ULBRA/Canoas no Rio Grande do Sul. Também sou autora do livro MANUAL BÁSICO DE CONSERVAÇÃO E RESTAURO (Editora da Ulbra), e com base na experiência que tenho ao ministrar o curso, percebo que há uma dificuldade significativa entre os profissionais de museologia e também dos arte-educadores com relação às posturas dentro do museu. Isso não é um fato isolado que se reflete apenas nas questões de preservação e correto trato para com as obras de arte dentro desse ambiente, acredito que trata-se de algo um pouco mais complexo com raízes mais profundas que os cursos de licenciatura não têm sanado de modo satisfatório. Percebo essa deficiência no curso de artes visuais, que não possui uma disciplina específica e nem mesmo um plano de aula capaz de dar orientações, mesmo que básicas, aos profissionais tão intimamente ligados ao contexto dos museus. Recentemente ocorreu aqui em Porto Alegre o I Salão Artístico Cultural e Científico, promovido pelo Museu Antropológico, no qual foram discutidos diversos temas, entre eles a educação nos museus e as várias formas de se promover uma melhoria da qualidade do ensino em museus e espaços culturais. Mudar o currículo obrigatório de um curso não é algo tão simples, porém investir na extensão dentro da universidade me parece uma medida eficiente, não apenas para ensinar, mas principalmente, para trocar experiências válidas capazes de trazer soluções mais palpáveis. Baseada nesse enfoque, passei a reformular meu curso de extensão, até então mais focado na conservação e restauração, e passei a dedicar mais horas/aula nas práticas educacionais relacionadas ao tema. Em relação ao enunciado deste fórum, acredito que profissionais de variadas áreas possam contribuir e acrescentar, mas tendo sempre como ponto principal as metodologias aplicáveis pelos educadores. Pensando mais especificamente no âmbito de atuação do educador, penso que um curso ou disciplina destinado a esses profissionais seja capaz de lhes oferecer uma espécie de educação básica, corretas práticas e linguagens comuns aos diferentes ambientes e às diferentes propostas de cada museu, a partir daí haveria uma necessidade de dar enfoque à formação do educador, como uma espécie de especialização dentro do museu, claro que, partindo desse principio, não se pode deixar de lado o fato de que torna-se primordial o investimento em profissionais ou instituições qualificados para oferecer esse ensino de qualidade, eu não saberia afirmar se as Redes de educadores de museu favorecem algum tipo de qualificação direcionada aos diferentes ambientes, mas vejo essa estratégia como uma solução válida, capaz de proporcionar foco aos educadores. Agradeço a oportunidade de participar do grupo, espero ter contribuído no tópico. Um grande abraço.
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