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estelagalmarinoMembro
Boa tarde, pessoal! Sou funcionária do Museu Antropológico do Rio Grande do Sul (MARS) e desenvolvo minhas atividades, principalmente, no Setor de Ação Educativa do Museu. Penso que, enquanto espaço não-formal de educação, o museu pode ser um importante aliado das escolas. Por outro lado, as escolas auxiliam na reflexão do papel da instituição museológica neste processo. O MARS tem promovido e apoiado ações educativas em diferentes espaços: escolas, por meio de ações-piloto do Projeto “Museu Antropológico Itinerante”; centros culturais, instituições de memória e outros museus estaduais, a partir da mediação de exposições de curta duração. A multiplicidade do público (escolas da rede privada, da redepública municipal, estadual) nos traz diferentes reflexões . Quando visitamos uma escola privada, dentro do projeto mencionado, muitas questões foram levantadas pelos alunos. Fomos “bombardeados” com perguntas as quais várias não sabíamos responder sobre a temática em questão (História e Culturas Indígenas, tema obrigatório nos currículos, a partir da lei 11.645/08). Levamos alguns objetos não-tombados do acervo, mas o que suscitou discussões foi, de fato, nossa fala. Também nas exposições observamos diferentes anseios de alunos e professores. Alguns estudantes fazem relações com objetos que já viram em outros locais, muitos tecem comentários engraçados, fazem brincadeiras, outros admiram, interpretam, perguntam sobre o material e alguns poucos ainda nos surpreendem com colocações que esperaríamos, talvez, de um acadêmico, ditas de modo simples, mas muito pertinentes sobre o tema da exposição. Com relação aos professores, observamos que alguns levam os alunos como forma de complemento das atividades tratadas em sala de aula. Outros nem mesmo trataram o assunto, buscam no Museu o aprendizado. E alguns poucos parecem ver no museu este espaço de aprendizado em concomitância com o espaço de fruição. De admiração estética, mas também de apropriação, de ressignificação de conhecimento, de saberes. Deste modo, a contribuição que trago ao pensar na relação do museu com as escolas de Ensino Fundamental e destas com o museu diz respeito à formação dos profissionais de educação em museus frente às demandas da Escola. Creio que, neste sentido, as escolas interferem na construção/formação do educador em museus, já que podem orientar, por exemplo, a médio, longo prazo, a busca por capacitação, conforme o perfil do museu. No meu caso, as experiências que tenho no âmbito do Museu, me impulsionam a buscar uma capacitação mais específica, que relacione minha formação na graduação + Educação + Museologia. Além disso, tendo em vista sua função social, o Museu tem de estar instrumentalizado para organizar e promover, em conjunto com a escola, cursos de formação, capacitação para os professores que relacionem as áreas de atuação da instituição com a Educação.
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