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Moari

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  • em resposta a: Acessibilidade social e física #1086
    Moari
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    Contribuo com esta discussão, apresentando uma afirmação pessoal de que há entres as instituições museológicas brasileiras um imenso vazio conceitual entre o que considera-se como MUSEU ACESSÍVEL e MUSEU INCLUSIVO.
    Inicialmente, afirmo que estas ‘instituições’ deveriam ser conceitualmente indissociáveis, afinal não basta ter uma rampa para tornar-se um museu acessível, nem basta ter uma estrutura completamente acessível para tornar-se um museu inclusivo. Note-se que na realidade dos museus brasileiros estas ‘instituições’ são quase imperceptíveis. Em verdade, acredito que nenhuma das duas exista em sua plenitude.

    Percebo que existem entre os museus ações fantásticas e criativas, que foram, e continuam sendo, desenvolvidas que buscam minimizar o abismo entre elas e o público, criando estratégias eficazes para tal finalidade. Este é um grande passo dados por alguns museus brasileiros, mas que são, em grande parte, ações pontuais, realizadas em determinadas regiões. Na maior parte do Brasil, isso não existe, nem sequer é pensado.
    Entendo, que esta é uma árdua e longa jornada a ser seguida, mas que não está nem próxima do ideal. Ter disponível este espaço de discussão já é um grande avanço para o campo museal brasileiro. Façamos realmente o uso dele.

    Entrando no campo dos problemas, percebo que no campo museal brasileiro, um dos possíveis paradigmas sobre a Acessibilidade em Museus é a existência de um recorrente equivoco quando se trata tecnicamente desta temática. A este ‘conceito’ associa-se, majoritariamente, à ideia exclusiva sobre o acesso das pessoas ao ‘imóvel’ MUSEU. Tudo aquilo que envolve, entre outras coisas, a construção (ou adaptação) de rampas, elevadores etc., isto é, toda uma estrutura de fato imprescindível para acessibilizar o espaço, mas que é, recorrentemente, compreendida como ‘A’ solução para todos os problemas de acessibilidade. Vivenciei casos que evidenciam bem este problema.

    Contudo, não sei se esta informação já foi colocada à discussão, mas o IBRAM apresentou em 2011, em sua publicação MUSEUS EM NÚMEROS, que segundos os dados autorreferendados, cerca de 50,7% das instituições museais cadastradas possuem estrutura acessível para pessoas com deficiência. Essa informação me causou surpresa, pois acredito que ela não reflete a real situação dos museus.

    Nesta levantamento, pode-se perceber a recorrência do erro, neste caso institucional, quando se trata da acessibilidade. Nota-se a reafirmação da ideia comum sobre o tema acessibilidade e o despreparo, ou desconhecimento, de gestão sobre as normas técnicas brasileiras e internacionais de acessibilidade.  Para esclarecimento, evidencio as falhas mais contundentes:

    – Não foi citada a utilização da norma técnica (NBR 9050/2004) como direcionamento da pesquisa, isto é, as regras que dispõem sobre os critérios arquitetônicos e de design para a acessibilidade aos espaços vigente no Brasil, não foram consideradas para avaliar os espaços museológicos cadastrados.

    – Tampouco foram sinalizados critérios específicos para comunicação plena nos museus (somente há dados referentes a sinalização em Braille). Não há referencial a outras estratégias como audiodescrição, maquetes táteis etc.

    Isto é, entendo que no Brasil possa não existir museus acessíveis. Tampouco museus inclusivos. Acredito que, no atual contexto brasileiro, exista apenas o desenvolvimento de ações museológicas voltadas para a acessibilidade e inclusão.

    Finalizo, pontuando a necessidade de que os Museus devam, a cada dia mais, desenvolver diagnósticos institucionais, investir na requalificação estrutural e na formação de seus profissionais, qualificando-os para a viabilizar a acessibilidade estrutural, comunicacional e atitudinal, buscando sempre a integração, propondo atitudes de inclusão entre os setores institucionais e o público e, que propiciem o desenvolvimento de espaços acessíveis, inclusivos e plurais.

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