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Marcado: estudo de público, não público, pesquisa
- Este tópico contém 20 respostas, 9 vozes e foi atualizado pela última vez 11 anos, 9 meses atrás por Lucio Braga.
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20/11/2012 às 11:49 #268PnemMembro
Promover periodicamente estudos de público e não-público, com caráter qualitativo e quantitativo, além de diagnósticos de participação, com o intuito de avaliar o cumprimento dos objetivos do museu, visando à progressiva melhoria da qualidade de seu funcionamento e ao atendimento às necessidades dos visitantes;
01/12/2012 às 12:47 #444Fernanda CastroMembroGarantir que hajam diretrizes universais, unificadoras da qualidade dos serviços oferecidos, mas também que sejam respeitadas as necessidades específicas do estudo de público de cada instituição, visando a sanar problemas locai e demandas comunitárias.
03/12/2012 às 18:15 #480Rita CoitinhoMembroOlá Fernanda, seja bem vinda!
A questão das pesquisas do público (e do não-público) dos museus parece ser daquelas em que todos reconhecemos ser importante mas que na maioria das instituições limita-se ao livro de visitas, não é?
Você tem alguma experiência diferente para compartilhar conosco? Pode ser do seu local de trabalho, ou alguma coisa que conheceu por aí. A provocação vale para todos os que passarem aqui pelo fórum de estudos e pesquisas!
08/01/2013 às 12:14 #688Rafael Jose BarbiMembroOlá Rita!
Será que algo como uma audiência pública, com participação de professores das redes municipais, estaduais e particulares; além dos interessados em geral, seria uma saída?
10/01/2013 às 20:14 #704Rita CoitinhoMembroOlá Rafael;
Todas as ações que envolvam a comunidade para discutir os museus são válidas e podem nos ajudar a trazer sua atenção para os museus. Mas de que maneira podemos transformar essas ações em dados ou ponto de partida para pesquisas?
16/01/2013 às 17:14 #722Olás!
Recentemente, (bem recentemente mesmo) eu me aproximei das questões de estudos de público, para procurar aprimorar os mecanismos utilizados no museu onde trabalho. Tentando organizar as ideias, optei por considerar que o estudo de público (ou pelo menos a fase de coleta de dados) compreende pelo menos três ações. As ações são complementares, mas cada uma oferece dados diferentes para a análise. São elas, em linhas gerais:
a) estatística de público: a contagem do público que visita o museu, geralmente registrada na recepção (comecei por reorganizar essa parte)
b) estudo do público: aplicação de questionário ou outro instrumento que auxilie no entendimento do perfil do público visitante (gênero, idade, origem, escolaridade, motivo da visita etc etc)
c) estudo de não-público: aplicação de questinário ou outro instrumento em amostragem de pessoas que não visitam o museu
Bom, não sei se estou dando os nomes adequados às ações, mas gostaria de discutir aqui se essa estruturação seria um caminho inicial para as pesquisas de público, até alcançarmos o efetivo envolvimento da comunidade para o debate. Eu acredito que esta fase de produção e registro de dados e informações primárias sobre o público, para subsidiar os debates, é uma dificuldade encontrada pela maioria dos museus…
16/01/2013 às 18:15 #723Clarissa BiscaiaMembroPara envolver é preciso atrair. Como publico, considero a gratuidade do ingresso em um museo uma grande fonte de atraçao. Sendo alheia ao ambiente museal no que diz respeito à gestao, nao sei o que isto comporta, imagino que seja nescessario um investimento muito maior por parte das entidades publicas que o sustentam, mas o resultado é um aumento de publico e também a sua afeiçao. Nas viagens que fiz por vàrios paìses, o unico museo gratuito que conheci, foi o museu Nacional da Noruega, onde està exposto “O grito” de Munch. Foi uma surpresa positiva que fez com que eu tenha este lugar como um esemplo. Os paìses da peninsula escandinava sao conhecidos pela universalidade na promoçao de serviços e também, pude averiguar, da cultura. Mas sem ir tao longe, imagino que em Porto Alegre também seja garantido o ingresso gratuito pelo menos em alguns dias especiais. Onde eu moro, na Itàlia, a semana da Cultura é circundada por promoçoes que veem a abertura gratuita dos museus mais importantes durante aqueles dias (e caros – um ingresso normal custa àcerca de 12 euros) e também noturna, ou sejà com fechamento às 22, ou as 23 ou até à meia noite. Visità-los neste horarios torna-se muito prazeiroso, além de ser uma forma de permitir um ascesso maior por parte de quem trabalha durante o dia e porque nao, por parte de estudantes de cursos noturnos. Nao sei se este assunto faz parte deste forum, se nao fizer, fica o relato. Espero continuar o debate.
18/01/2013 às 18:53 #743Oi, Clarissa, refletindo um pouco sobre o seu relato… Os estudos de público nos ajudariam a identificar em que medida a gratuidade traz impactos na visitação. Penso que a cobrança de ingressos (mesmo a preço baixo) pode contribuir para as taxas de “não público”. Mas é preciso investigar até que ponto o contrário é verdadeiro, ou seja, se a gratuidade por si só é uma fonte de atração. Alguns museus aliam dia de gratuidade + ampliação de horário + atividades culturais, por exemplo, e alcançam expressivo aumento do público. Por outro lado, ao aplicarmos a gratuidade aos moradores aqui da cidade, não somada a outras ações, não obtivemos aumento da frequencia desse segmento de público ao museu. Enfim…estudos de público de um museu poderiam ser confrontados com estudos de museus congêneres, para ampliar o campo de análise.
22/01/2013 às 13:08 #755Rita CoitinhoMembroOlá Clarissa e Isabella,
Aqui no Museu Victor Meirelles, onde trabalho, estamos discutindo essas questões que vocês levantaram: de que maneira estruturamos nosso estudo de público (estatísticas de visitação, questionários qualificados) e como buscamos entender os porquês dos que simplesmente não vêm ao museu – nosso “não-público”.
Uma das questões que sempre surge é a da gratuidade ou não. O MVM é gratuito até agora, embora o IBRAM determine a cobrança de um valor mínimo (não temos ainda estrutura para cumprir essa norma). Há quem defenda que a cobrança “valoriza” a ida ao museu. E há quem opine que se passarmos a cobrar ingresso nosso público diminuirá expressivamente. Para saber, só mesmo com a experiência e o registro.
De fato o que temos observado é que as atrações para além da exposição – mostras de filme, de teatro, instalações na rua, cursos e oficinas – são responsáveis por atrair um grande número de pessoas que talvez não viessem ao museu para ver as exposições. O que nos falta é fundamentar essa “impressão”, pois ainda não temos feito o levantamento científico dos motivos pelos quais as pessoas procuram o museu.
Uma obra muito bacana e que indico é “O Amor pela Arte”, de Pierre Bourdieu. O livro é o resultado de uma intensa pesquisa nos museus da França, que levou Bourdieu a conclusões instigantes sobre o papel do “amor à arte” no processo educativo e na distinção dos grupos sociais.
22/01/2013 às 18:57 #759Oi! Obrigada pela indicação de leitura!
Pois é… você tocou numa questão interessante, Rita, será que os estudos de público têm classificado o público que vai ao museu visitar a exposição e o público que vai por outras finalidades ou atrativos? será que é preciso fazer essa diferenciação? ou todo público é público, independente se veio conhecer o acervo ou fazer uma ginástica no pátio??
24/01/2013 às 13:34 #766Rita CoitinhoMembroOi Isabella, essa é uma questão que precisa de definição, também não tenho resposta pra ela. Para mim, pessoalmente, há diferença sim entre o público que procura o museu para ver as exposições e o que vem atraido por outras atividades. ~Mas, ao mesmo tempo, os dois “grupos” são nosso público, embora sejam atraídos por motivos diferentes… Mas penso que a importância dessa diferença pode variar para cada tipo de museu, não acha?
29/01/2013 às 22:02 #814André Amud BotelhoMembroOlá pessoal.
Interessante a discussão.
Como indicado por vocês acima, também penso que os estudos de público devam ser objeto de esforço dos museus por sinalizarem mesmo o que são tais instituições em contextos variados. E o método comparativo entre as diversas pesquisas pode ser norteador de novas políticas para aumento da atuação dos museus em suas comunidades.
Ao chegar ao IBRAM, a impressão que eu e meus colegas tivemos, apesar do discurso valorizador dos museus, é de que tais instituições tinham pouquíssima inserção na vida dos brasileiros. Por essa e outras razões, nos lançamos em esforço por um levantamento estatístico do “não-público dos museus” aqui em Brasília.
Uma possibilidade é que pesquisas de não-público desenhadas pelos museus tornem mais claros elementos que aumentem sua relevância social.
30/01/2013 às 20:19 #817Olás!
Rita, estou bem de acordo com as suas colocações. Tendo a considerar público todo aquele que frui o museu (e há diversas formas de fruição). Mas se essa tentativa de definição é válida, me ocorre outra questão. Uma pessoa que opta por realizar uma visita virtual ao museu, por exemplo, ao invés de ir visitar a exposição física, é considerada público do museu? Minha resposta à princípio seria: sim, ela está fruindo o museu, está em contato com o museu, o museu não é indiferente à ela. Em outras palavras, ela não se enquadraria em “não-público”. O que acham? André, vocês já chegaram a implementar o levantamento? Se puderem compartilhar um pouco mais a respeito seria ótimo!
31/01/2013 às 22:22 #821André Amud BotelhoMembroOi pessoal.
Isabella, terminamos o trabalho sim. Fomos às ruas aqui em Brasília e fizemos entrevistas partir de uma amostra estratificada que construímos. Posso enviar.
01/02/2013 às 12:46 #822Rita CoitinhoMembroOlás;
André, seria muito interessante para a nossa discussão aqui poder ver o que vocês já fizeram. Tem como publicar aqui um “extrato”?
Isabella, penso que já podemos começar a formular proposições para o PNEM a partir desse debate, não? Vamos tentar?
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