No post anterior do blog PNEM, divulgamos o lançamento do livro “Que público é esse? Formação de públicos de museus e centros culturais” e em seguida, realizamos uma entrevista com uma das autoras: Maria Paula Correia de Souza. Confiram:
• O livro tem além de você, mais três autoras: Luciana Conrado Martins (Org.), Ana Maria Navas e Djana Contier, das áreas de Biologia, Física e História, e ambas com pós-graduação em Educação pela Universidade de São Paulo (USP), tendo como foco a educação e museus. Tendo em vista a interdisciplinaridade da Museologia, como essas áreas do conhecimento se encontraram dando origem ao projeto?
O projeto do livro surgiu da percepção, por parte dessa equipe da PERCEBE, da necessidade de publicações direcionadas para os educadores de museus e centros culturais, que aliassem aspectos práticos da educação nesses espaços com dados oriundos das pesquisas realizadas no âmbito acadêmico. As diferentes formações iniciais e as pesquisas realizadas pelas autoras na pós-graduação, contribuíram para uma visão mais ampla das necessidades e possibilidades educacionais presentes nesses espaços. Outro aspecto importante na concepção do projeto, era produzir um material de linguagem acessível e com ideias práticas que pudessem ser utilizadas pelas equipes das instituições. Por fim, é importante mencionar que o projeto tem também a preocupação de divulgar os conteúdos presentes no livro e trocar experiências com os profissionais que atuam nos museus e centros culturais, para tanto contamos com a realização dos cursos “Que público é esse?” em diferentes cidades do estado de São Paulo.
• Recentemente, o lançamento do livro foi divulgado no site do Ibram, na mesma notícia que apresentou o resultado da pesquisa “O ‘não-público’ dos museus: levantamento estatístico sobre o ‘não-ir’ a museus no Distrito Federal”. A pesquisa foi realizada com um caráter piloto, e segundo o Ibram, a busca por uma maior compreensão da relação entre renda e escolaridade e outras variáveis com o hábito de frequentar museus seria o próximo passo. Sendo assim, como você percebe essa questão relacionada com o tema de seu livro?
Um dos propósitos da publicação do livro é justamente trazer para os profissionais dos museus e centros culturais dados de pesquisas realizadas nesses espaços. Diversos aspectos em relação ao público são discutidos no capítulo 2 da publicação, como por exemplo, as motivações que levam as pessoas a visitarem museus e centros culturais, as especificidades dos diversos tipos de visitante, bem como, a necessidade de conhecer os “não públicos”. De maneira geral a publicação procura dar subsídios para atrair novos visitantes e cativar o público por meio de experiências de visita que sejam significativas e transformadoras.
• Em São Paulo, no dia de lançamento do livro, dia 7 de maio, aconteceu também a abertura do curso “Que público é esse?”, que teve como material de apoio o seu livro. Como foi a experiência nesse primeiro curso?
Esse primeiro curso foi uma experiência muito significativa pois, permitiu a troca de experiências de aproximadamente 50 pessoas de diferentes instituições. Promover essa troca e procurar refletir sobre os conteúdos abarcados pelo livro era uma das maiores expectativas da equipe da PERCEBE. Pela avaliação preliminar sobre o curso, conseguimos perceber que esses objetivos foram atingidos e que ainda há muito espaço para outras formações. O curso em São Paulo contou com a palestra da Maria Ignês Mantovani Franco que trouxe aspectos sobre o importante papel que essas instituições vem assumindo na nossa sociedade. Além disso, houve também a palestra da coordenadora do Núcleo de Ação Educativa da Pinacoteca do Estado de São Paulo, Milene Chiovatto, que contou aos participantes sobre os diversos programas educativos realizados pela instituição.
O curso tem como objetivo refletir e dialogar com os participantes, especificamente sobre as práticas educativas da educação não formal, enfatizando a educação e a comunicação nos processos de mediação humana em museus e centros culturais. Ele será ministrado ainda entre junho e setembro, em outras cinco cidades paulistas:
Museu do Café, em Santos – de 10 a 14 de junho
Museu Casa de Portinari, em Brodowski – de 1 a 5 de julho
Museu de São Carlos, em São Carlos – de 29 de julho a 2 de agosto
Museu Monteiro Lobato, em Taubaté – de 19 a 23 de agosto
Museu Índia Vanuíre, em Tupã – de 16 a 20 de setembro
Próximo à data de cada um dos cursos, maiores informações serão divulgadas no site da Percebe: www.percebeeduca.com.br
Fonte: http://www.museus.gov.br/noticias/ibram-apresenta-resultado-de-pesquisa-sobre-nao-publico-de-museus-no-df/
http://percebeeduca.blogspot.com.br/2013/04/que-publico-e-esse.html