PNEM

benedito ramos amorim

Respostas no Fórum

Visualizando 2 posts - 1 até 2 (de 2 do total)
  • Autor
    Posts
  • em resposta a: Acessibilidade social e física #794

    O País inteiro precisa se adequar as questões de acessibilidade.  Mesmo como Gestor de dois museus sou também uma pessoa com problema de baixa visão. Eu só enxergo menos de 20% pelo olho esquerdo, o direito tive perda total.  Razão pela qual posso afirmar que a maior dificuldade não é usar o computador, que eu aumento a 185%, não é ler quase cheirando a páina do livro, o difícil é a mobilidade. Andar na rua, nas calçadas, enfrentar as escadarias, os abismos que encontramos a cada instante. Isto é que desanima sair sozinho. Não me importo mais de não reconhecer as pessoas, de não ler a distância, de não enxergar o semâmaforo. Não dirijo mais há 6 anos. Sou aposentado há 12  e só continuo a trabalhar para continuar vivo. Continuo escrevendo para o jornal. Edito mensalmente um jornal chamado O PALÁCIO, cuja linha editorial privilegia obras acadêmicas de alunos e professores aliadasa História, Arquitetura, Urbanismo e preservação.  O ano passado tive uma obra minha premiada. No entanto eu sei o que me custa tudo isso. Acessibilidade é também mobilidade, o direito de ir e vir sem estar atrelado a alguém.

    Por isso eu vejo que muitas pessoas que perderam a visão ou mesmo que tenham baixa visão precisam antes de tudo serem encorajadas a continuar. Isto vai além de uma boa gestão museal, isto é um problema social enorme que passa despercebido, sobretudo fora dos grandes centros Rio-São Paulo.

    Benedito Ramos

     

     

     

    em resposta a: Acessibilidade social e física #750

    O ano passado, utilizando o Prêmio de Modernização de Museu do IBRAM, conseguimos criar acessibilidade física total no Museu de Tecnologia do Século 20, onde hoje é possível até ao deficiente visual, fazer o circuito sozinho, através de piso podo táctil,  tocar o acervo e ler sua contextualização em Braille e ouvir informações cronológias, sobre as principais invenções.  Mas não foi uma ação fácil devido a pouca experiência do setor museal e dos fornecedores para atender as demandas. A princípio, após a reinauguração, achamos que daí por diante tudo iria fluir bem, afinal o tema havia ido para a mídia, as informações sobre o museu com acessibilidade haviam circulado, mas esse público não vem. Por que?

    É onde, ao nosso entender, entra a acessibilidade social. Quantos cegos temos no Estado de Alagoas? A Associação registra pouco mais de 1.000. Mas, como vivem? Qual o acesso destas pessoas as informações? Qual o grau de dependência destes? Quantos sabem Braille? Quantos se encorajam a vir sozinhos?

    Trazer o defciente visual ao convívio cultural é muito mais do que criar as bases de acessibilidade do equipamento cultural é um problema de amplas vertentes.  Acreditamos que esse público precise ser resgatado e motivado a vir ao museu, não é uma coisa de esperar. E é o que estaremos fazendo este ano.

Visualizando 2 posts - 1 até 2 (de 2 do total)