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Isla Andrade Pereira de Matos

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  • em resposta a: Concepções de Educação #1206

    Ozias, interessante esse debate sobre o conceito de museu.

    Participo de um grupo de estudos dentro do meu programa de mestrado em educação cujos integrantes tem formação distinta uns dos outros (história, educação física, pedagogia, publicidade e propaganda), mas o que nos une é que todos estão discutindo educação em espaços fora da escola. Cada um tem um objeto de pesquisa por meio do qual discute o conceito de educação presente neste objeto, tais como uma revista de circulação nacional, um museu, uma escola de samba, núcleos de resistência (coletivo de pessoas na defesa da educação a partir de uma temática específica) e a maior dificuldade que temos encontrado é sermos reconhecidos enquanto pesquisadores da área da educação!

    O “sucesso” do museu, digamos assim, me parece que está totalmente atrelado à forma como é compreendido pela escola, pois me parece que quando inserimos o espaço museal dentro daquilo que se chama educação “não-formal”, há uma brecha para a escola considerar que a educação que lá se desenvolve não é sistematizada e está mais para um passeio cultural do que para a construção do conhecimento.

    Trabalhar o conceito do museu no museu é importante, mas levar essa discussão para a gestão escolar me parece mais importante ainda… fazendo com que a escola compreenda a complexidade que envolve a educação em museus e o preparo necessário da equipe dos educativos dos museus. O que se faz no museu é educação e precisa ser encarada como tal.

    Mariana, Ozias e Fernanda, agradeço os comentários. Vamos seguir discutindo na construção dessa política.

    em resposta a: Contatos e parcerias com instituições de ensino #1204

    Olá Manoella,

    Penso que para ser educador de museu não é necessário ter formação em pedagogia, mesmo porque a ação educativa em museus é interdisciplinar. No museu onde estou fazendo minha pesquisa, que é um museu de história, de memória e de arte, a maioria dos educadores é formada em artes plásticas, mas há também outros com formação em história, música, artes cênicas, letras etc.

    Acredito que há dois pré-requisitos fundamentais que norteiam o trabalho do educador de museu: o domínio do conteúdo apresentado no museu, juntamente com o desenvolvimento de argumentos que possam contrapor os discursos que permeiam a temática do museu, e a habilidade para construir conhecimento a partir de fontes não textuais, neste caso, os objetos.

    Neste sentido, penso que poderia haver duas frentes de trabalho concomitantes: o aumento dos cursos de museologia em nível de graduação (que fornece o cabedal necessário para trabalhar com museus) e a ampliação de cursos de pós-gradução em museologia, que permitiria também a profissionalização dos educadores com outra formação que não a museologia. No Brasil, por exemplo, só há dois cursos de mestrado em museologia (USP e UNIRIO) e apenas um doutorado em museologia (UNIRIO).

    em resposta a: Museu como ferramenta de Educação #1168

    Olá pessoal,

    Acredito que pensar a função educativa do museu implica, primeiro, compreender o que se entende por museu: se uma instituição educativa autônoma ou se extensão, por exemplo, da educação escolar.

    De acordo com a pesquisa de mestrado que estou fazendo em educação em museu, o trabalho precisa ter início no Núcleo de Educação do museu. Ter uma equipe bem formada e consciente do caráter pedagógico do museu seria o ponto de partida para irradiar a mensagem para os visitantes. O museu precisa ser apresentado como uma narrativa que partiu de um curador que selecionou as peças e, por isso, revela um ponto de vista. O museu precisa suscitar a discussão sobre o tema exposto, precisa debater os argumentos presentes por meio da exposição e, assim, produzir conhecimento.

    Os museus pecam quando não levam para a visita questões relacionadas ao papel do museu e à sua forma de atuação na construção do saber.

    Olá pessoal,

    Essa discussão é parte da minha pesquisa de mestrado que está sendo desenvolvida a partir da análise da ação educativa de um museu em São Paulo.

    Pesquisando sobre os conceitos educação patrimonial e educação museal, cheguei à conclusão de que não diferem entre si. O texto citado da Magaly Cabral também mostra isso e diz que é apenas uma questão de campo: se no museu, museal; se fora do museu, patrimonial.

    Concordo em parte. De fato, acho que ambas dizem respeito à mesma coisa, que é uma educação a partir do patrimônio, esteja ele no museu ou não. Discordo em querer limitar essa educação ao campo, porque me parece, no fundo, que trata-se de uma forma de consagração do próprio campo acadêmico nos moldes que discute Bourdieu.

    Dada a situação dos museus (deficiência na formação de educadores de museu, falta de parceria entre museus e escolas, pós-graduação em museologia ainda incipiente etc.), concordo com a criação do PNEM. Entretanto, se já existe uma política de educação patrominial, por que não investir no que já existe? Não caberia a discussão sobre a necessidade de dois programas, um de educação patrimonial e outro de educação museal?

     

    em resposta a: Contatos e parcerias com instituições de ensino #1166

    Olá pessoal,

    Eu sou Isla, formada em História e cursando Mestrado em Educação. Minha pesquisa é com educação patrimonial/educação museal em um museu em São Paulo. Minha pesquisa de campo está sendo acompanhar as visitas orientadas dos grupos escolares (que são maioria) realizadas pelos educadores neste museu e analisar de que forma o conceito museológico é encaminhado aos visitantes.

    Tenho notado diversas deficiências das quais acredito que todos os museus compartilham: despreparo dos educadores no que diz respeito à formação de educador de museu e falta de parceria entre as escolas e os museus.

    O educador de museu precisa de formação específica, não basta dominar o assunto presente no museu. Ele precisa se dar conta da complexidade que é produzir conhecimento a partir do objeto, selecionar uma pedagogia que dê certo no museu e, principalmente, compreender o que é o museu, que para mim, é uma instituição educativa própria, e não apêndice da escola. Não dá para o educador de museu achar que a escola vai ao museu apenas para comprovar aquilo que o aluno já aprendeu na escola. Ele tem que estar ciente de que o museu é uma narrativa e deve ser tratado ccomo um documento.

    Já as escolas encaram o museu como passeio cultural e pecam por não saber utilizá-lo como a instituição educativa que é. O trabalho desenvolvido no museu é um processo, que implica a preparação na sala de aula, a visita em si, e a finalização também na escola.

    Por isso, defendo a necessidade de formação específica em nível de graduação e pós-graduação em Museologia, com ênfase em educação em museus, o que já é difícil, dada a carência de cursos na área nem tanto de gradução, mas de pós (mestrado em museologia só na USP e UNIRIO e doutorado só na UNIRIO). E também a parceria entre escolas e museus, pensando no educador como multiplicador na escola a escola aprendendo a desenvolver um trabalho que seja realmente eficaz na formação dos alunos.

     

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