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Olá colegas
estou feliz com a sua participação nesta discussão, acho que estamos avançando … temos a PROBLEMATICA : 1. EDUCAÇÃO MUSEAL? EDUCAÇÃO PATRIMONIAL NOS MUSEUS?
– Dada a situação dos museus (deficiência na formação de educadores de museu, falta de parceria entre museus e escolas, pós-graduação em museologia ainda incipiente etc.), concordo com a criação do PNEM. Entretanto, se já existe uma política de educação patrimonial, por que não investir no que já existe? “
Não caberia a discussão sobre a necessidade de dois programas, um de educação patrimonial e outro de educação museal? (Isla Andrade Pereira de Matos)
Penso que a construção e formulação de grandes planos responde a necessidades postas diante de determinadas especificidades, […] É claro que existem injunções políticas e corporativas na maioria deles. Desse modo, a construção de um novo documento – que se efetive e contribua para o aprimoramento da educação em museus – não exclui a continuação do investimento que vem sendo feito na educação patrimonial e seus pressupostos, por exemplo, tal como vem fazendo o pessoal do IPHAN.
… A educação em museus (e a maioria dos nossos museus) é muito mais recente do que a tradição escolar. O esforço que educadores de todo o país vem fazendo, entretanto, se constitui na possibilidade de que novos conhecimentos e pesquisas se incorporem em nossa prática. (Ozias Soares)
Temos alguns OBJETIVOS traçados:
– Ampliar as concepções teóricas, adaptando-as a cada contexto/ realidade institucional. (REM RJ)
– A educação museal precisa pautar-se em conceitos, ideologias e pedagogias bem definidas, para que haja clareza para equipe de trabalho do museu sobre quais paradigmas estão trabalhando ao apresentar o museu de um jeito ou do outro”. (moInhosocial)
– Pensar nos acervos como integrante da idéia de patrimônio cultural, de memória, de um legado histórico, talvez se possa falar em educação patrimonial” nos museus [ou talvez, “a partir dos museus”…].
Trabalhar com o bairro, com o entorno no Museu, partindo do acervo ou terminando nele. (Ozias Soares – experiências educativas no Museu Chácara do Céu:Circuitos de Santa – http://educachacara.blogspot.com)
A CONCEITUAÇÃO, FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA E METODOLÓGICA também estão em formatação:
Manoela Evora, nos coloca em contato com Evelina Grunberg para definir Educação patrimonial e com Andréa Falcão para se pensar a Educação Museal:
Educação Patrimonial – “… o ensino centrado nos bens culturais, como a metodologia que toma estes bens como ponto de partida para desenvolver a tarefa pedagógica; que considera os bens culturais como fonte primária de ensino.” (Educação Patrimonial – Utilização dos Bens Culturais como Recursos Educacionais. Evelina Grunberg. Disponível em: <http://www.pead.faced.ufrgs.br/sites/publico/eixo4_tutores/estudos_sociais/materiais/educacao_patrimonial.pdf>.)
Educação Museal _ poderia ser entendida primeiramente, num sentido amplo, como quase todas as práticas educativas que acontecem no museu, tanto promovidas pelos museus, pelos departamentos educativos dos museus, e também por outros setores. Caberia mais falar de práticas educativas do que exatamente de atividades educativas. Porque o sentido de práticas educativas nos permite considerar também, dentro do trabalho de educação museal, tanto os serviços oferecidos ao público, como também os materiais produzidos de apoio à exposição, folhetos, catálogos, os próprios programas e projetos educativos fornecidos a determinadas instituições, algumas que dizem respeito diretamente ao professor, outras que dizem respeito ao público, que eles chamam visitação livre, que não é aquela que vai através da escola. Esse conceito de educação museal abrangeria todas essas práticas educativas que acontecem no museu e são oferecidas pelas instituições museológicas. Ou seja, a educação museal é um conceito extremamente abrangente, eu acho que a tendência atual tem sido de que maneira há uma correspondência com as práticas que são oferecidas pelos museus e aquelas que também são apropriadas, promovidas e oferecidas pelas escolas e por outras instituições dentro desses espaços museológicos.”
(Museu e escola: educação formal e não-formal. Andréa Falcão. Disponível em: <http://www.tvbrasil.org.br/saltoparaofuturo/entrevista.asp?cod_Entrevista=29>
E Fabiana diz; “ a observação da prática efetiva pode levar a uma melhor compreensão e aplicação dos conceitos, conforme Magaly Cabral: ‘toda vez que as pessoas se reúnem para construir e dividir novos conhecimentos, investigam para conhecer melhor, entender e transformar a realidade que nos cerca, estamos falando de uma ação educativa. Quando fazemos tudo isso levando em conta alguma coisa que tenha relação com nosso patrimônio cultural, então estamos falando de Educação Patrimonial”. (Fabiana Sales)
Ela também se reporta a Mário Chagas “… para destacar que o diferenciaria a linguagem patrimonial da linguagem museal reside muito mais no espaço onde ela se efetiva do que no seu conteúdo… ‘sendo o museu (ou patrimônio) lugar e produto do homem e manifestação da linguagem, falar em ‘linguagem museal’ ou ‘linguagem patrimonial’ não é falar de uma especificidade da linguagem, e sim indicar um lugar (ou um campo) de manifestação dela“.(Fabiana Sales)
A isla adentra um pouco mais na “… conceituação de educação patrimonial e educação museal, não diferem entre si”. Vejamos o texto de Magaly Cabral, a qual compreende tais modalidades educativas como “…uma questão de ‘campo’ : se no museu, museal; se fora do museu, patrimonial.
Então, diz; “Concordo em parte. De fato, acho que ambas dizem respeito à mesma coisa, que é uma educação a partir do patrimônio, esteja ele no museu ou não. Discordo em querer limitar essa educação ao campo, porque me parece, no fundo, que trata-se de uma forma de consagração do próprio campo acadêmico nos moldes que discute Bourdieu. (Isla Andrade Pereira de Matos[1])
E a fernanda, gostaria de fazer uma reflexão sobre os focos trabalhados na educação patrimonial e na museal e suas especificidades. Concordo que há mais semelhanças do que diferenças, mas as diferenças são muito importantes. Na educação museal, por exemplo, boa parte das vezes o foco está no estudo, fruição e comunicação dos objetos, ou mesmo dos fazeres, saberes, mas sob uma perspectiva diferenciada da abordagem do patrimônio. E é um objeto, que está dentro de um museu (que é também patrimônio), de uma instituição que tem fins próprios e metodologias próprias de abordagem educativa. No Brasil a noção de patrimônio se desenvolveu por muito tempo levando em consideração prioritariamente o patrimônio arquitetônico. É recente a noção e valorização de outras formas de patrimônio. Por isso é necessária a diferenciação. Mas de forma geral, sim, as coisas são muito próximas. (Fernanda Castro)
A mariana, já faz outro enfoque a Educação patrimonial dos museus __ e, se reporta a perspectiva da Maria de Lourdes Horta de (1999) , considerando o patrimônio como fonte primária do conhecimento e do contato e experiência como forma de apropriação… considerando os museus espaços educativos privilegiados para este tipo de prática.
E então diz: Nos museus temos a especificidade de ter o objeto ou o registro, fato que o diferencia de outros espaços como as escolas e bibliotecas.
E é a existência destes materiais que permite ao visitante o contato com o “autêntico” e “real”, e a educação patrimonial tem muito a acrescentar a medida que instrumentaliza o visitante a interagir de diversas formas com estes patrimônios. É a educação patrimonial que orienta o olhar sobre uma peça e discute seus diversos valores.
Sendo assim, parece uma prática mais interessante do que verdadeiras “palestras” apenas ilustradas pelo acervo que encontramos em alguns museus”. (Mariana Galera)
A educação patrimonial já tem uma longa trajetória que em muitos momentos se cruza com os museus. A educação em museus também, e muitas vezes são propostas e praticadas pelos menos profissionais. A questão está em quais são os seus limites, se é que eles existem.
A definição da Magaly Cabral quanto ao “dentro” e “fora” do museu não parece satisfatória, ainda mais se considerarmos os ecomuseus, museus a céu aberto. A prática educativa do Inhotim é educação patrimonial ou educação, por exemplo. Tais delimitações parecem tênues demais no meu ponto de vista. (Mariana Galera)
Há de se considerar também a especificidade dos objetos dos museus. Não é qualquer material que está em um acervo, considerando a musealização destes objetos, estes são patrimônios, então concordo com a Isla em que educação museal não difere da educação patrimonial. Cabe uma ressalva também nas definições da Cabral, por que há os patrimônios naturais, que nem sempre são “musealizáveis”, como as Cataratas do Iguaçu ou Parques Nacionais, mas que não deixam de ser patrimônios e fontes primárias do conhecimento, da definição da Horta. (Mariana Galera)
Para além de uma questão nomenclatural (museal ou patrimonial, uma vez que ambas já trazem a referência em um objeto selecionado por suas características ímpares e representativas), ainda falta uma delimitação ideológica e nos apropriarmos de outras áreas dos processos de ensino e aprendizagem, como a psicologia e neurobiologia, para definirmos a educação museal (ou patrimonial). Se estamos falando de uma educação orientada a partir do objeto, há questões a serem colocadas em pauta, com o uso de imagens e objetos na construção de conceitos, a capacidade de abstração e percepção da tridimensionalidade do objeto, entre outras. Estas abordagens fazem parte das pesquisas e avaliações do ensino formal, mas ainda são incipientes em museus.(Mariana Galera)
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Então, vamos continuando… mais um pouquinho…..
Mariana, concordo com vc quando diz que a cultura material permite ao visitante do museu o contato com o “autêntico” e “real”.
a) E vc afirma: cabe a educação patrimonial acrescentar saberes e reflexões sobre o patrimônio cultural.
– Então pergunto: No caso o objeto? A sociedade que o produziu? A cultura que o gestou enquanto material, técnica, estilo e universo simbólico? Outros? Quais saberes?????
b) Vc também pontua: “ a educação patrimonial instrumentaliza o visitante a interagir com o patrimônio musealizado; orienta o olhar sobre um objeto e discute seus diversos valores.
Como (metodologia, recursos?)
c) E ainda “ Sendo assim, parece uma prática mais interessante do que verdadeiras “palestras” apenas ilustradas pelo acervo que encontramos em alguns museus”
Neste caso também indago: Palestras não seriam estratégias para a Educação patrimonial e museológica?
d) Vc afirma: “ainda falta uma delimitação ideológica e nos apropriarmos de outras áreas dos processos de ensino e aprendizagem, como a psicologia e neurobiologia, para definirmos a educação museal (ou patrimonial).
Por favor nos brinde com suas reflexões a respeito.
d) E por fim, vc diz: Se estamos falando de uma educação orientada a partir do objeto, há questões a serem colocadas em pauta, com o uso de imagens e objetos na construção de conceitos, a capacidade de abstração e percepção da tridimensionalidade do objeto, entre outras.
E uma vez mais, peço suas contribuições neste tópico de discussão.
Avante amigos.
Um abraço
Jocenaide
[1] Isla Andrade Pereira de Matos se envolve com a discussão à partir de sua pesquisa de mestrado, na qual analisa a ação educativa de um museu em São Paulo.
O museu esta para ensinar algo. Se esta premissa for verdadeira, a informação e o acesso a informação por diferentes meios de comunicação é a base educativa do museu. Então, o lugar da educação museal são os espaços fisicos do museu, de seu entorno, da cidade, ou o lugar virtual… Mas, acho que a pergunta de base é o que é a EDUCAÇÃO MUSEAL? a que se refere este conceito? a educação no museu, pelo museu ou para o museu (para visitar a exposição?), para aprender com a visita determinadas temáticas, comportamentos, ações? o que quer a interatividade proporcionada pelo museu do futebol quando oportuniza às crianças jogarem uma bola com uma projeção de trave e goleiro? Talvez a resposta seja dinamizar o museu. Mas, que aprendizagem proporciona? O que ensina? quais sentidos humanos (olhar, ouvir, sentir, cheirar,tocar) o exercicio educa? qual é o sentido cognitivo deste conhecimento adquirido… que existe tecnologia interativa.? mas, então nos voltemos a cenario de um museu sem tecnologia, o que este museu e exposição ensina? como ensina? a quem ensina? para que ensina? É colegas… os conceitos se sobrepõem… e precisamos discutir mais isso e aquilo! educação museal, educação patrimonial no museu….. hum!….de qual educação falamos?
- Esta resposta foi modificada 11 anos, 9 meses atrás por JOCENAIDE MARIA ROSSETTO SILVA.
Podemos ampliar? Sugiro:
Preservar, arquivar, sistematizar, inventariar a documentação e a memória das ações educativas para disponibilizar a pesquisadores e comunicar a história do programa educativo-cultural do museu.
- Esta resposta foi modificada 11 anos, 9 meses atrás por JOCENAIDE MARIA ROSSETTO SILVA.
- Esta resposta foi modificada 11 anos, 9 meses atrás por JOCENAIDE MARIA ROSSETTO SILVA.
Olá colegas
O programa educativo cultural “no” plano museológico dentre outros programas que o compõem é importante; vejamos o que se mostra de um museu: a exposição. E está comunica o suficiente? quais as ferramentas criativas a serem utilizadas na educação a que os museus se propõem? as demandas do publico poderão orientar o planejamento, a execução e avaliação do Programa, certamente. Mas, e se forem necessárias capacitações especificas? se o programa educativo cultural, incluir pesquisas e especialistas em áreas distintas? então me parece… os demais programas do Plano Museológico precisam estar afinados com essas e outras necessidades. Quero dizer que os programas que compõem o plano museológico, precisam dialogar entre si. Parece tão óbvio, mas também que devemos lembrar e dizer, uma vez mais: as especialidades precisam se “des-especializarem” e se aproximarem… modelos podem ser seguidos, contudo precisamos pensar à partir de onde nossos pés pisam e avaliar as ações educativas num fluxo continuo… isso quer dizer, também admitir falhas e mudanças….
Olá colegas
Parece-me que concordamos que um planejamento participativo, está associado ao dialogo e as demandas apresentadas pelos visitantes de toda e qualquer categoria (grupos, individuais, turistas, etc…), embora, tenham objetivos distintos. Isso nos revela a necessidade de se criar uma metodologia/programa de pesquisa com o publico (interno e externo), dotada de eficiencia para alcançar a meta de atendê-lo em suas expectativas; mas, o problema se amplia quando pensamos nas dificuldades financeiras dos museus do Brasil e nas carências de pessoal, tecnologia, etc…. então, acabamos por pensar pequeno…. muito pequeno, até com certo pessimismo, sobre a questão. Há alguns dias li na revista Musas (IBRAM) N. 04, um artigo de Pierre Nora que dizia das emergente necessidade da conservação da memória, que se apresenta em nosso tempo e, também da multiplicação dos equipamentos culturais, como os museus que vem sendo criados em “quase” todas as partes do mundo… esta afirmativa me leva a refletir um pouco, pois parece-me que como uma “onda” há uma contra onda, que no refluxo trabalha na direção oposta… muitos desejam os museus, mas não há disponibilidade de recursos no Brasil para se fazer museus qualificados, como merece o setor; então, ficamos pensando em exercitar a criatividade dos educadores ao máximo para que alcancem alguns resultados positivos em suas práticas e alarguem seus saberes e experiências… como educadores “tiramos leite de pedra” … o que ainda nos incentiva é a potencialidade do ser humano em todos os lugares do mundo, em criar… criar… criar…
Olá pessoal
Ja disse o sábio Paulo Freire que “conceitos são palavras grávidas de mundo”~. Lembram? Então que a gestação do referido conceito nos leve para melhorar e ampliar a comunicação nos museus. Essas casas maravilhosas que mostram muito pouco de seus potenciais culturais, onde muito permanece encoberto, proibido, controlado… ´sendo as exposições objetos de incomunicação pelo excesso ou pela falta de informação sobre o tema que pretendem mostrar…. a exposição precisa ser mediada pelo educador porque os recursos de midia utilizados são insuficientes para completar o processo comunicativo. Muito ficca para ser dito…. a exposição torna-se uma “mostra” de objetos que remetem a determinados elementos culturais, e estes objetos são mudos…em sua maioria só se revelam pelas qualidades estéticas. Pensemos o caso de objetos de determinada cultura indígena do Mato Grosso por exemplo…. o que uma vitrine mostra daquele povo? que história conta? de quais cotidianos se refere? quem usou, quando e por que? quem os produziu????? o museu cumpre seu papel de guardador de objetos, mas será que é mediador desta cultura?
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