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Lucio Braga

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  • em resposta a: Estudo de público e não-público #966
    Lucio Braga
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    “Ao invés de nos voltarmos para um público OU outro, não seria melhor pensarmos em um público E outro??”

    Acho que o debate está muito bem qualificado e revela a complexidade da questão. Não podemos mais reafirmar  cenários desoladores como os daqueles que dizem que no Brasil frequentar museus é para as elites, com hábitos de uma “alta cultura”.

    E para isso é preciso buscar um público e outro, com projetos significativos que partam das experiências subjetivas no espaço museal.

    Os museus recebem visitantes que dialogam com as exposições. Os visitantes são sujeitos andarilhos que percorrem um trajeto na relação com objetos, cenários, espaços vazios e com outros sujeitos no museu. O museu convida a percorrer esse trajeto. Os visitantes são andarilhos que trilham o museu em sua busca por conhecimento ou outras mediações possíveis com a exposição. Nesse trajeto, produzem outras narrativas, reinventam, recontam, incluem narrativas fantásticas a partir de suas memórias. Há também espaço para imaginações construídas pelos sujeitos andarilhos que na experiência sensível criam novas imagens, sínteses, narrativas poéticas, ressignificando a linguagem museal.

    em resposta a: Fortalecimento do educador de museus #965
    Lucio Braga
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    Vejo que as parcerias entre os setores educativos e as escolas na maioria dos casos não acontece de forma satisfatória. Existe uma centralidade de ações museais no tempo da visita, que quase sempre fica a cargo do educador de museus. Os professores sentem-se inibidos diante da exposição dos educadores no momento da visita e acreditam que esses “sabem mais sobre o museu”. Oa educadores rejeitam a intervenção dos professores no percurso pela exposição.

    O ideal é realizar projetos em partilha.

    o grande desafio que está posto nos museus para um diálogo profícuo com a escola no sentido de estimular experiências significativas para professores e estudantes, relacionando os tempos de pré-visita, visita e pós-visita e com articulações entre as demandas docentes e os projetos educativos dos museus. Muitos caem na lógica produtiva, ou seja, atender ao maior número de escolas em menos tempo, o que garante maior público e mais recursos. E muitas vezes não conseguem manter um quadro permanente de educadores, e a rotatividade da equipe acaba prejudicando os diálogos que podem ser estabelecidos com professores para além do tempo episódico da visita e também permite, evidentemente, consolidar quadros formativos no próprio museu, com amadurecimento de seu projeto educativo, evitando retrabalho de formação e retorno à estaca zero em termos de preparação para o trabalho de recepção de públicos escolares. Interrogamo-nos se o episódio da visita pode ser potencializado com ações articuladas e vislumbrando espaços de troca de experiência entre educadores no museu e na escola, afirmando a necessidade de adensamento desta relação com superação do modelo de primeira e única visita, sem vínculos e sem negociações para idealização do projeto de visitação.

    em resposta a: Fortalecimento do educador de museus #913
    Lucio Braga
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    Acredito que deve-se tomar a relação entre educadores e professores de forma dialógica, uma vez que são sujeitos aprendentes.

    É na relação dos professores com a escola e com os museus que essas experiências podem tornar-se significativas . Trata-se de revelar como se dá essa relação, quais atividades tornam vinculadas as ações educativas no museu e na escola, que práticas institucionais favorecem a troca de experiências entre professores e educadores de museus para amadurecimento do uso educativo que fazem dos museus.

    em resposta a: Estudo de público e não-público #912
    Lucio Braga
    Membro

    Gostaria de opinar a partir da constatação de Isabella sobre aqueles que fruem o museu sem necessariamente buscarem a exposição. Acredito que o que importa é o museu como fenômeno. Sheinner propõe o olhar para a experiência humana entendendo o museu como fenômeno que: (….) remete a possibilidade de percebê-lo através da experiência de mundo de cada indivíduo- por meio das múltiplas e complexas relações que cada ator, ou conjunto de atores sociais estabelece com o real complexo. (SCHEINER, 2003, p 1)

    O museu aberto à experiência dos sujeitos levaria a uma museologia que afirmasse em primeiro lugar o ser humano em sua presença no mundo, uma vez que o patrimônio é musealizado a partir da experiência dos sujeitos com as coisas do mundo e dos sujeitos entre si. Assim seria possível recuperar o canto das musas em um formato de museu que incorporasse a sociedade e que, ao mesmo tempo, fosse por ela incorporado.

    Nesse caso o que vale é o processo e não o produto. Significa que devemos pensar o museu para além de seu espaço fisico, dando atenção aos processos museais subjetivos.

    Quem transita pela vizinhança do museu é publico? Só aquele que passa pela catraca ou assina o livro de visitas é publico de museu?

    Acredito que são os usos que definem o público. Assim, ao museu caberia ações que extrapolem seus muros, promovendo o canto das musas em diferentes espaços.

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