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Ozias SoaresMembro
Caros, a experiência brasileira vem mostrando que a sobreposição de documentos produz uma “inflação” de legislação e efetividade questionável. No nosso campo, para citar alguns exemplos, temos a Política Nacional de Museus, o Plano Nacional Setorial de Museus, Plano Nacional de Cultura, o Estatuto de Museus, O Sistema Brasileiro de Museus (e diversos sistemas estaduais), Sistema Federal de Cultura, bem como diferentes desdobramentos de todos esses textos. Indiscutível que precisamos de todos eles! Concordo que mais uma POLITICA de educação em museus traçaria diretrizes e metas amplas produzindo, talvez, mais uma sobreposição. Um programa, como um braço objetivo/operacional, emanado de uma Política talvez seja o caminho. No momento da elaboração coletiva da Carta de Petrópolis, penso que a questão não era tão simples como o é hoje. Mas acredito que precisamos ao longo dessa construção pensar nas especificidades da educação em museus que, não raro, fica perdida entre as generalidades dos grandes planos. Acho que a importância de um programa está aí…
Ozias SoaresMembroGeysa, confesso que não sou entendido neste assunto. Até gostaria de saber o que as museólogas e museólogos pensam a respeito. A minha dúvida é se a digitalização de acervos e a subsequente divulgação nos sites configuraria um “museul virtual” propriamente.
Ozias SoaresMembroFico observando nas médias e grandes exposições nas capitais brasileiras o volume de recursos e o desperdício percebido ao final das exposições… Mesmo em museus menores, em exposições menores, a lógica do “tá pago!” impregna as nossas ações. Curadores, designers, arquitetos, museólogos etc, pensam em maravilhosas expografias! Mas, qual o destino dos banners, dos acrílicos, dos papéis, das vitrines de compensado, dos mdf´s e outros materiais, dos plásticos, das lâmpadas (lindas, né?!) e… poderíamos multiplicar os exemplos… Imaginem os educadores de museus e centros culturais conversando sobre o que acontecerá com todos aqueles materiais quando a exposição sair de cartaz!!!! Acho que como educadores poderíamos começar por aí…
Ozias SoaresMembroQueridas, penso que quando estamos diante de termos “escorregadios” como um sabão molhado que, todavia, são utilizados tanto pelos “mais críticos” como pelos defensores do Capital, uma questão me vem: estaríamos diante de um pensamento hegemônico ou os grupos “críticos” e “progressistas” estariam se apropriando inadvertidamente de uma idéia sem saber o que representa do ponto de vista ideológico e prático? Concordo com o Boff (2000) quando diz que “sustentabilidade e desenvolvimento capitalista se negam mutuamente”. Neste caso, não seria interessante trabalhar com a perspectiva de refletir e agir criticamente na direção de uma outra sociabilidade, de um outro modelo que não exalte o “pré-sal”, a ampliação de áreas de cultivo favorecendo o agronegócio, as desapropriações urbanas e no campo que favoreçam grupos econômicos em detrimento de uma memória e identidades historicamente construídas e que são a base do ser social, esfaceladas por este modelo? Vou continuar…
(referência: Boff, Leonardo. Ecocídio e Biocídio. In: SADER, Emir et al.7 pecados do capital. Rio de Janeiro: Record, 2000).
Ozias SoaresMembroColegas, acho que existem duas questões neste post: uma primeira, postada pelo administrador diz respeito aos “estágios técnicos interinstitucionais” que não dizem respeito aos nossos estágios de grauduação (curriculares ou remunerados) e a segunda, tratada por vocês que referem-se a esses últimos. Primeiro quero continuar na linha que vocês estão falando e depois posto outra sobre o tema no administrador: os estágio de graduação (e mesmo os de ensino médio) devem se caracterizar pela supervisão responsável e ética. Não se pode substituir força de trabalho! Não se pode delegar tarefas aos estagiários que são de inteira responsabilidade dos profisisonais. Eles, por outro lado, podem acompanhar e mesmo executar sob supervisão e avaliação algumas atividades. Ou seja, museus precisam criar um Programa de Estágio que comporte processos de desenvolvimento desses discentes.
Ozias SoaresMembroFernanda, já existem até algumas iniciativas. A Revista Musas (Revista Brasileira de Museus e Museologia), a Revista do Patrimônio são algumas existentes. Alguns Museus também já tem revistas. Acho que não seria demais que cada, com o crescimento do campo e as demandas que estão sendo postas, que cada Secretaria de Cultura (estados e municípios), e até cada Museu do Ibram ter uma publicação. Talvez as Redes de Educadores pudessem manter uma publicação eletrônica…
Ozias SoaresMembroObrigado, Mara! Entendo que alguns museus encontrem-se mais abertos que outros. Alguns até recebem exposiçoes visitantes, mas respeitando certos limites institucionais (tipo de coleção, afinidade temática, locais para realização de exposiçoes temporárias, equipe, orçamento etc.). Compreendo que precisamos, então, de um museu mais coerente com a sua função social que, imagino, deva ser um espaço para circulação de idéias, de culturas, de pessoas, de profissionais diversos. Acho que, até este momento, os Centros Culturais tem maior possibilidade do que os museus para fazer esta abrangência, não acha?
Ozias SoaresMembroNossa!!! Mas dá muito trabalho essa coisa de pensar, de construiur tudo junto né?! Acho que vamos chegar lá… por enquanto, precisamos arranjar um jeito de fazer com que pelo menos as nossas equipes internas se conversem… Mas, confesso que falam-se tanto em “Missão” ultimamente que vamos acabar virando todos “missionários”!! Bem, mas nada de ficar com medo dos conceitos (entrem nos meus posts de “perspectivas conceituais”). Concordo com Fernanda que precisamos ampliar mais essa participação na “razão de ser”, na “função social integral” dos Museus. Mas como fazer para que os “atores sociais” participem dessa construção da “missão”?
Ozias SoaresMembroBem, Socorro, penso que temos nos museus e instituições culturais hoje certo “know-how” aliado aos marcos legais existentes que seriam, diria, quase que suficientes para alavancarmos para cima e com qualidade nosso campo de atuação. Somente como exemplo, o Plano Nacional de Educação de 2001 ficou bem aquém das diretrizes e metas estabelecidas, seja por questão financeira e/ou por falta de articulação dos municípios e estados (cf. http://www.scielo.br/pdf/es/v31n112/04). E olhe que ele era uma LEI (10.172/01)! Talvez possa concluir dizendo que é preciso bons profissionais, excelentes marcos legais (inclusive construídos democratica e coletivamente), e fundamentalmente uma base material, financeira, que possa assegurar o cumprimento de nossos Programas. Por isso insisto que discutamos um pouquinho o Planejamento Participativo que postei aqui no blog.
Ozias SoaresMembroAcho que minha preocupação aqui, caras colegas Girlene, Socorre e Neilia e demais que estão lendo essa postagem, é que existe, de fato, um “rolo compressor” pesando sobre tudo o que impede o livre curso do “desenvolvimento”, seja nas construções das novas barragens para as hidrelétricas (justificadas pela “necessidade” de energia para o progresso), nas aberturas de vias, na revitalização de lugares etc. Como profissionais de museus e, sobretudo como “cidadãos” (com o perdão da palavra…) temos algo a fazer. Sem dúvidas, as mordaças existem; mas, felizmente, elas não excluem a possibilidade de rupturas, de embates, de idéias renovadas na direção de uma outra sociabilidade. A gente pode ir colocando aqui o “como” fazer isso. Colocar o debaté já é, em si, um caminho. Que outros caminhos existem? Como construí-los? Mas, Girlene, vou dar uma passada lá na sua postagem para debater a sustentabilidade… já, já!
Ozias SoaresMembroKátia, Luiza e demais colegas, também acho fundamental essa discussão sobre a relação pesquisa e museus. Penso que as instituições/fenômenos que mais se destacam na pesquisa acadêmica são aqueles capazes de provocar questões, que exigem mudanças de paradigmas, que possuem capilaridade social, que mobilizam a opinião pública, entre outros aspectos. Tenho dúvidas em quais desses aspectos nos enquadramos… Acho que o caminho precisa ser construído: nós precisamos provocar mais, sermos mais presente, mais “proativos”. Não acham?
Ozias SoaresMembroJorge, vou puxar “brasas” pra “sardinha” do eixo “perspectiva conceituais”: acho que é preciso fomentar uma mentalidade nova dentro dos museus que QUEIRA que esses espaços estejam acessíveis social e fisicamente. Tenho a impressão, um pouco pessimista, que há muito o que fazer, considerando que há pessoas nos nossos museus que ainda os querem para a fruição de um pequeno grupo.
Ozias SoaresMembroMara, gostaria de entender melhor o que representa a abrangência a que se refere.
Ozias SoaresMembroLuiza, penso que o fortalecimento das redes de educadores em museus e “centros culturais” (no sentido geral como específico) é um excelente caminho para a visibilidade e reconhecimento da atuação dos educadores, bem como das ações em curso em boa parte das nossas instituições.
Ozias SoaresMembroAs cidades mais afetadas pelo Capital (ou as “cidades do capital”, como diz Lefebvre) sofrem com as desapropriações, a especulação urbana e os usos inapropriados do solo urbano que golpeiam frontalmente a idéia de Patrimônio Integral, fazendo descartar, desprezar ou minimizar a importância da memória e identidades de um território. Vejam o caso do Rio de Janeiro com as obras dos grandes eventos e a “revitalização” da zona portuária. Acho que os museus e centros culturais podem assumir um papel importante neste debate que, a meu ver, até agora pouco se fez.
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