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Ramiro Queiroz SilveiraMembro
Acho que a diferenciação que Isabella fez lá atrás é muito boa. Sobre o “será que os estudos de público têm classificado o público que vai ao museu visitar a exposição e o público que vai por outras finalidades ou atrativos? será que é preciso fazer essa diferenciação? ou todo público é público, independente se veio conhecer o acervo ou fazer uma ginástica no pátio?”, concordo muito que isso varia de museu pra Museu. Nestas pesquisas, o ponto inicial é pensar o que precisamos saber.
Vai de um ponto, mais demográfico, do conhecimento básico sobre quantos, quem, quando e como são os visitantes. Dependendo do Museu, ele pode ficar muito satisfeito com o fato de ser visitado principalmente por jovens escolares, turistas, ou famílias da região. Tudo isso depende muito de como o Museu se vê na comunidade, e como a comunidade se vê no museu, coisa que existe em milhares de espectros.Uma coisa que penso muito é: será que determinados museus, voltados pra própria comunidade, têm realmente de se preocupar com visitantes externos? Até que ponto um ajuste para atração de visitantes externos à comunidade não pode reduzir a fruição e a identificação da própria comunidade com o Museu? Porque muitas vezes determinada visão de melhoria de qualidade pode ser exatamente no sentido de uma gentrificação. Imagino, por exemplo, um padrão de cafeteria-bistrô, que muitas vezes não só aumentam o preço dos produtos como estabelecem padrões de consumo que podem estar drasticamente distantes de um público ou outro (não são todos os públicos que gostariam de uma empada de alho-poró, independentemente do valor). Daí uma das questões essenciais é: que tipo de resposta eu quero do meu público? Será que ele gosta dos serviços, que tipo que coisa sente falta, o que o leva a sentir menos ou mais o museu como uma instituição distante de sua realidade? Ele quer um museu distante da sua realidade? Estas questões são muito distantes de museu para museu, de comunidade para comunidade.
Estas pesquisas podem tomar sentidos variados desde a ‘demográfica’ (gênero, idade, origem) até um sentido mais tradicional de pesquisa de público. Neste ponto, pode-se perguntar o que acho da exposição, da disposição, das coisas expostas (se é intenção do museu avaliar a exposição), ou mesmo uma pesquisa sobre outras atividades. Que tipo de oficina as pessoas gostariam de ter acesso? Como avaliam as oficinas? Como avaliam os mecanismos burocrátivos para terem acesso ao museu para executar pesquisas. Algumas pesquisas destas são feitas assim, no espectro mais tradicional de pesquisa de público. Por exemplo: quanto você está disposto a gastar, e com o que, pra entrar, consumir, quanto tempo está disposto a ficar em uma atividade? Muito embora estas pesquisas tenho origem em consumo e em marketing (o que ainda pode ser questionado dependendo se alguem nao desejar fazer do museu um objeto ou espaço de consumo), ainda apresentam metodologias interessantes…
Noutro ponto, quando se fala, por exemplo, em pagar entrada, pode ser importante considerar pesquisas sobre o publico e não publico, além das questões acima, em considerar o museu como um produto de consumo (é objetivo do museu ser um objeto de visitação?) ou um espaço de convivência (é objetivo do museu ser espaço do encontro?). Os objetivos traçados dizem muito do tipo de pergunta que se deve fazer, e a quem fazer, como fazer…
Tá, acho que me perdi um pouco. Abraços
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