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Diego Luiz Vivian

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  • em resposta a: Participação comunitária #744

    Iron, obrigado pela sua contribuição aos trabalhos do PNEM.

    Na sua postagem foi mencionada uma questão muito importante, pois uma das funções essenciais dos museus é exatamente comunicar os bens que fazem parte de seus acervos. Exposições, publicações, ações educativas diversas (visita guiada, oficinas, workshops, etc) cumprem este papel.
    Do ponto de vista deste GT, penso que estas atividades também precisam levar em conta as peculiaridades da comunidade em que o museu está inserido. Que comunidades são estas? Quais grupos e pessoas estão envolvidos? Como se relacionam com o patrimônio cultural e os museus?
    Uma política de comunicação que tenha clareza sobre estas questões, por exemplo, poderá ser útil para embasar a produção de materiais com linguagem que facilite o diálogo e a interação museu-comunidade.
    Assim como você (Iron), acredito que as possibilidades para ampliar a participação comunitária nos museus são realmente enormes. Contudo, como você observou muito bem, para dar conta deste desafio os museus precisam ter orçamentos razoáveis. Eu acrescentaria que além de dinheiro disponível os museus precisariam de outros tantos recursos, o que inclui uma equipe qualificada e disposta para trabalhar junto aos diversos grupos sociais e comunidades que compõe o seu “público” mais amplo.
    Neste sentido, suas sugestões de oficinas e atividades a serem promovidas com e para a comunidade me pareceram muito boas.
    Imaginemos que interessante seria um museu desenvolver oficinas regulares de teatro e/ou música junto à comunidade local e depois contratar os próprios moradores como artistas para realizar peças e espetáculos sobre as temáticas do museu! Isto fortaleceria bastante o protagonismo comunitário e a função social do museu.
    A sua sugestão de oficinas envolvendo crianças e adultos em atividades como conservação/restauração também pode ajudar a fortalecer o envolvimento comunitário em relação aos museus. Em vez de simplesmente avisar para “não tocar na peça” em suas exposições, os museus, através destas oficinas, poderiam dar a conhecer às pessoas da comunidade os critérios e técnicas de conservação adotadas em seus acervos. Com isto, as pessoas também teriam maiores chances de refletir criticamente sobre algumas regras comuns aos museus (“não tocar nas peças”, “fotos sem uso de flash” etc). E alguns outros questionamentos básicos poderiam vir à tona: O que conservar? Por que conservar? Para quem? Como? etc etc…
    Outro resultado destas oficinas pode ser o estreitamento das relações estabelecidas pelas pessoas da comunidade com o seu próprio patrimônio cultural, sentindo-se também cada vez mais responsáveis pelo destino dos bens preservados e que ajudam a contar a história da sua vida e/ou do seu grupo.
    Dependendo do caráter da oficina desenvolvida também poderiam surgir novos talentos para atuar profissionalmente em diversas áreas nos museus instalados em suas comunidades, haja vista a amplitude do mercado de trabalho relacionado à conservação/restauração de bens culturais (papel, madeira, metal, pinturas, edificações etc).
    Antes de finalizar, deixo outros dois comentários: 1- a elaboração e divulgação das ações educativas podem ser feitas em parceria com as escolas do município onde se localiza o museu, envolvendo os professores, estudantes e a comunidade escolar como um todo. Este debate sobre parcerias já vem sendo desenvolvido em outro fórum temático do PNEM, através do GT Redes e Parcerias, coordenado pela Fernanda Castro. Por isto, Iron, se for possível também deixe sua contribuição no GT Parcerias. Outro GT do PNEM que guarda relação com nossa conversa e que pode contar com sua contribuição é o Acessibilidade em Museus, coordenado por Isabela Portela, especialmente o tópico que trata sobre “Realizar ações que tenham por objetivo a democratização do acesso aos museus e o desenvolvimento de políticas de comunicação com os públicos.”

    Obrigado, mais uma vez, pela participação.

    Abraço e até mais

    Diego

    em resposta a: Participação comunitária #706

    Olá pessoal!

    Este tópico é super importante dentro da construção do PNEM, tratando especialmente da relação entre museus e comunidades.

    Por isto pergunto a vocês:

    Que projetos e ações extramuros os museus podem desenvolver para ampliar a participação comunitária?

    em resposta a: Encontros #705

    Olá, Alcione e demais articuladores do PNEM

    encontrei um livro com artigo que trata da definição de museus como “plataformas” em oposição a ideia de “ilha” (isolamento). O material está disponível no sítio http://www.reprograme.com.br , pode ser baixado gratuitamente e reúne artigos de diversos especialistas na área de museus.

    Abraço e até mais

    Oi Milena,

    você postou alguma mensagem anteriormente neste tópico?

    Se for possível, reenvie a mensagem pois não consegui visualizar sua participação datada em 05/12/2012 em 23:01. Aparece um post em branco apenas.

    Obrigado e até mais.

    em resposta a: Encontros #691

    Oi Alcione,

    Obrigado pelas suas colaborações na construção do PNEM, visando problematizar a relação museus-comunidades.

    Você trouxe uma série de questões relevantes, e por isto me desculpe se não conseguir comentar todas elas aqui. Assim, fique inteiramente à vontade para continuar postando mensagens neste fórum temático e aprofundando o debate, de modo a construirmos propostas e ações concretas no que tange aos museus e as comunidades.

    Concordo com você que os museus contemporâneos estejam passando por processos de revisão conceitual e transformações de ordem prática que não permitem mais classificá-los como se fossem meras “ilhas” detentoras de um patrimônio cultural musealizado que precisa ser comunicado.

    Por isto gostei da ideia de se tomar os museus como se fossem “plataformas”, pois permite pensar os museus enquanto espaços de memórias dinâmicos e capazes de construir “pontes” com diversos interlocutores, seja a sociedade mais ampla (outros museus, universidades, centros de pesquisa etc), sejam os grupos e as comunidades mais próximas territorialmente, como os moradores da cidade e/ou bairro onde se localiza o museu (incluindo estudantes e professores).

    Neste sentido, uma das pontes a serem construídas coletivamente podem ser os referidos Encontros abordando temas sobre história, memória e patrimônio. Estes Encontros podem beneficiar articulações e ações que visem uma abertura e aproximação dos museus em relação ao mundo mais amplo que o cerca, não se restringindo somente ao papel de expositor de acervos consagrados ao público formado por especialistas, turistas e excursionistas.

    em resposta a: Encontros #618

    Mara, obrigado mais uma vez pela sua contribuição. Mas gostaria de comentar a mensagem do Alcione, que coloca uma questão bastante importante. Ou seja, como o museu vê a comunidade em seu entorno e como a instituição museológica é vista pela comunidade que a cerca.

    Acho que devemos investir mais nesta reflexão, tanto do ponto de vista conceituaql como prático. Por isto aguardo mais contribuições do Alcione, Mara Milena e todos os demais interessados.

    Antes de encerrar, quero desejar boas festas para todos vocês.

    Abraços e até mais.

     

    em resposta a: Encontros #617

    Caros participantes e articuladores,

    creio que a proposta da Milena foi bastante feliz, chamando a atenção para a importância do patrimônio imaterial das comunidades (saberes e fazeres). Isto deve ser trabalhado pelos museus em consonância com as necessidades e demandas da própria comunidade detentora dos saberes e patrimônios.

    Não acham?

     

     

    em resposta a: Promover a abrangência de Profissionais. #598

    Muito estimulante este debate sobre “questão indígena” e museus, especialmente do ponto de vista do GT Museus e Comunidades, que estou coordenando neste Blog do PNEM. E também do ponto de vista da minha formação acadêmica e do lugar onde atualmente trabalho, o Museu das Missões/Ibram, localizado em São Miguel das Missões, no RS.

    Para refletir e agir sobre esta questão da presença/ausência dos povos originários neste contexto museal específico e no âmbito da construção da memória e patrimônio nacionais, considero pertinentes as colocações do professor Dr. Jean Baptista, que produziu, em 2010, o primeiro livro publicado pelo Museu das Missões, após 70 anos de sua criação, em 1940, pelo então presidente Getulio Vargas.

    Para ilustrar a contribuição do professor sobre esta questão que envolve museus e comunidades (indígenas, no caso em foco), cito abaixo um trecho inicial de comunicação publicada nos Anais do XXVI Simpósio Nacional de História – ANPUH • São Paulo, julho 2011. Embora relativamente extenso, o trecho escolhido parece esclarecedor e, ao mesmo tempo, desafiador:

     

    MEMÓRIA NACIONAL E PATRIMÔNIO INDÍGENA: a inserção do protagonismo indígena no Museu das Missões e no Sítio Arqueológico de São Miguel Arcanjo a partir de políticas públicas contemporâneas

    JEAN BAPTISTA*

    Representações sobre a memória histórica compõem-se de escolhas. Em São Miguel das Missões não foi diferente. Na antiga exposição do Museu das Missões, as esculturas (entendidas por sacras) são apresentadas aos visitantes por meio de etiquetas onde se leem nomes de entidades da cristandade e pequenos painéis narrativos sobre a história da Igreja na América. Já no sítio onde estão os remanescentes arquitetônicos da missão de São Miguel, placas de identificação distribuídas pelos espaços classificam o cenário a partir de recortes de documentos gerados por funcionários de impérios europeus, dotados de uma visão econômica/ utilitarista, contra os missionais travavam a chamada Guerra Guaranítica. A memória escolhida para representar os espaços missionais, como se percebe, foi aquela que estava diretamente vinculada aos agentes ocidentais.

    Tanto por transmitir um sentido restritamente cristão a um passado histórico, no caso do Museu, quanto pelo desconforto de se ter rivais de índios descrevendo o cenário, no caso das placas no sítio, o risco que se apresenta é basicamente um: a exclusão do pensamento, da autoria e da interpretação indígena sobre seu próprio patrimônio.

    Parte dos intelectuais dedicados àquela história focou os jesuítas e os conhecimentos ocidentais injetados nas sociedades nativas. Muitos autores representaram os nativos como meros executores, convertidos, aculturados ou mestiçados, além de gerarem classificações excludentes como “missões jesuíticas”, “acervo jesuítico” ou “barroco jesuítico”. Importaram-se conceitos anacrônicos ou exógenos às sociedades indígenas, como “totalitarismo” ou “socialismo”. Chegou-se até mesmo a se dizer que quem construiu a igreja de São Miguel foi o padre Gian Battista Primoli, assim como se considerou a saída jesuítica como o fim da história das missões. Não haveria, assim, uma história indígena nas missões, mas, apenas, a história da Igreja sobrepujando as culturas nativas.

    Esta não é apenas uma condição do museu e do sítio das missões. Em verdade, retrata uma condição básica dos povos indígenas em distintas instituições onde ainda se está “longe de harmonizar o Brasil Indígena com o Brasil Colonizado”. Basicamente, um conjunto de medidas conservadoras ou desprovidas de crítica adequada ainda persistem. Contudo, recentes transformações são percebidas a partir da aplicação de políticas públicas responsáveis pela alteração da prática da pesquisa e ampliação da atuação dos espaços destinados à memória nacional.”

    http://www.snh2011.anpuh.org/resources/anais/14/1300580851_ARQUIVO_ANPUH2011ENVIADO.pdf

     

    em resposta a: Qual o lugar da educação museal? #565

    Cara Marília Xavier Cury, sua questão me parece bastante pertinente, pois além de buscar definir melhor os termos (terminologia) deste diálogo no blog do PNEM, também veio no sentido de ajuda a elucidar o “lugar” da educação museal, situando-a como uma instância executora (área/setor) da missão através de projetos educacionais.

    Oi, Suzenalson

    Obrigado pela resposta esclarecedora. Agora entendi um pouco melhor o sentido do tópico criado por ti, e a tua contribuição neste debate em torno da elaboração do Programa Nacional de Educação Museal pela sociedade brasileira.

    Visitei os endereços eletrônicos indicados por ti e gostei muito de ver o trabalho realizado pelo Ponto de Memória: museu indígena kanindé. Parabéns.

    Creio que trabalho como estes se direcionam exatamente para um campo onde o direito à memória e à história se mostram essenciais. Por isto o papel estratégico que os museus indígenas representam neste cenário da relação museu-comunidade.

    Como sugestão de trabalhos análogos e que seguem nesta mesma área das práticas inovadoras em museologia social e comunitária, gostaria de indicar as produções cinematográficas realizadas pelos Mbyá Guarani, da Tekoá Koenju (Aldeia Alvorecer), em São Miguel das Missões, através da sua principal liderança indígena, o cacique e cineasta Ariel Ortega.

    Trata-se de uma perspectiva importante para pensarmos melhor como se desenvolveu a história deste povo no Brasil, desde os seus primórdios. Mas não somente com o foco no passado distante, mas especialmente atento sobre os aspectos atuais desta história e memória indígenas que se encontram em permanente (re) construção.

    Parabéns, mais uma vez, aos indígenas e suas contribuições, mestres na arte de educar.

    Obrigado.

    Este tópico trata exatamente do direito à memória, questão sensível às comunidades indígenas, afro-brasileiras e periféricas.

    Como os museus têm lidado com isto? Deixe sua contribuição…

     

     

    em resposta a: Qual o lugar da educação museal? #502

    Perfeito, Fernanda Castro. Creio ser imprenscindível mesmo um PPP dentro do planejamento mais amplo dos museus.

    Até mesmo pra que se consiga realizar avaliações do que foi realizado e do que está sendo feito pelos “setores de ações educativas”.

    Considero importante também este PPP ser construído em conjunto com estudantes, professores, Secretarias de Educação, e demais parceiros em potencial.

    Até mesmo pra não ficar naquela velha dicotomia teoria/prática…

     

    em resposta a: Acessibilidade social e física #501

    Acessibilidade me faz lembrar também das Pessoas Portadoras de Deficiências -PPDs, e creio que devemos levar em conta o que diz Artigo 30 da CONVENÇÃO SOBRE OS DIREITOS DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA, que trata da “Participação na vida cultural e em recreação, lazer e esporte” e onde os museus são citados literalmente. O estado brasileiro é signatário do referido documento, acolhido pelo DECRETO Nº 6.040, DE 7 DE FEVEREIRO DE 2007.

    Neste sentido, os museus (com seus planos museológicos) e a prórpia construção do PNEM precisam estar atentos a este regramento internacional, contribuindo com sua efetivação rumo à chamada Acessibilidade universal.

    E coloco esta observação porque é sabido que  a nossa legislação nacional representa avanços em diversos aspectos, mas temos muito trabalho para sua materialização, para que a “lei saia do papel”, como se costuma dizer.

    Exemplo disto é o reconhecimento legal da Lingua Brasileira de Sinais – LIBRAS como meio de comunicação e expressão em todo o país, e a realidade enfrentada pelos surdos e suas famílias e amigos em diversos contextos, incluindo os museus.

     

     

    em resposta a: Qual o lugar da educação museal? #494

    Ao pensar em Plano Estratégico de gestores de museus, me ocorreu que um lugar óbvio da educação museal talvez seja exatamente o campo da comunicação e da promoção do patrimônio cultural, além da própria imagem e memória institucionais.

    Educação que também deverá estar, sempre que possível, entrelaçada com as ações de pesquisa e preservação promovidas pelo museu, numa perspectiva multidiscplinar de trabalho.

    em resposta a: Encontros #493

    Realmente, Mara Arruda.

    Este último fim de semana que passou, por exemplo, o Museu das Missões/Ibram foi visitado por um grupo de estudantes de um município gaúcho que não possui instituição desta natureza. As crianças nunca haviam conhecido um museu, em suma. E devem ter ficado maravilhadas com os remanescentes missioneiros, que afinal também fazem parte das narrativas tradicionais consagradas à História Regional.

    Como se diz no RS, as Missões são o “berço do Rio Grande”, no sentido de onde tudo começou.

     

     

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