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Mariana Galera

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  • O não reconhecimento da pesquisa em museus parece o contraponto do que se entende por museus, desde o século XVIII, especialmente para os museus de ciências e história natural. Não faz sentido um acervo que não é pesquisado, mante-lo apenas guardado é uma retomada aos gabinetes de curiosidade em que os visitantes vão para “ver as maravilhas de um mundo distante”.

    A partir das gerações dos museus (proposta por McManus, 1992 e reiterada por Cazzeli, 1999) desde sua primeira geração os museus são espaço de pesquisa. Há um forte debate ao longo dos séculos XVIII e XIX sobre a abertura dos museus para o grande público, uma vez que o acesso poderia danificar os objetos, que eram fontes primordiais de conhecimento. Questionar a existência de pesquisa em museus é incoerente quanto a sua história.

    Tratando-se especificamente do serviço educativo dos museus, como espaços produtores de conhecimento, há grupos de pesquisa estabelecidos no Brasil e no mundo que tem como foco a educação em museus, com produções bibliográficas  que comprovam que existe muito a se produzir neste sentido.

    O museu não tem livro didático ou parâmetros curriculares, desta forma todas as abordagens, seleção de conteúdos e estratégias que realizamos dentro do museu advém de pesquisa em outros espaços e novas propostas. O que configura nosso trabalho como efetivamente uma área de produção de conhecimentos. Talvez possamos investir ainda mais na avaliação do nosso trabalho, uma área que ainda muitas vezes delegamos a terceiros ou não realizamos.

    Retomando o comentário da Isla, a educação patrimonial já tem uma longa trajetória que em muitos momentos se cruza com os museus. A educação em museus também, e muitas vezes são propostas e praticadas pelos menos profissionais. A questão está em quais são os seus limites, se é que eles existem.

    A definição da Magaly Cabral quanto ao “dentro” e “fora” do museu não parece satisfatória, ainda mais se considerarmos os ecomuseus, museus a céu aberto. A prática educativa do Inhotim é educação patrimonial ou educação, por exemplo. Tais delimitações parecem tênues demais no meu ponto de vista.

    Há de se considerar também a especificidade dos objetos dos museus. Não é qualquer material que está em um acervo, considerando a musealização destes objetos, estes são patrimônios, então concordo com a Isla em que educação museal não difere da educação patrimonial. Cabe uma ressalva também nas definições da Cabral, por que há os patrimônios naturais, que nem sempre são “musealizáveis”, como as Cataratas do Iguaçu ou Parques Nacionais, mas que não deixam de ser patrimônios e fontes primárias do conhecimento, da definição da Horta.

    Para além de uma questão nomenclatural (museal ou patrimonial, uma vez que ambas já trazem a referência em um objeto selecionado por suas características ímpares e representativas), ainda falta uma delimitação ideológica e nos apropriarmos de outras áreas dos processos de ensino e aprendizagem, como a psicologia e neurobiologia, para definirmos a educação museal (ou patrimonial). Se estamos falando de uma educação orientada a partir do objeto, há questões a serem colocadas em pauta, com o uso de imagens e objetos na construção de conceitos, a capacidade de abstração e percepção da tridimensionalidade do objeto, entre outras. Estas abordagens fazem parte das pesquisas e avaliações do ensino formal, mas ainda são incipientes em museus.

     

     

    Creio que a educação patrimonial seja uma das práticas educativas mais efetivas dos museus. Dentro da perspectiva da Maria de Lourdes Horta de 1999, considerando o patrimônio como fonte primária do conhecimento e do contato e experiência como forma de apropriação, creio que os museus são espaços educativos privilegiados para este tipo de prática.

    Nos museus temos a especificidade de ter o objeto ou o registro, fato que o diferencia de outros espaços como as escolas e bibliotecas. E é a existência destes materiais permite ao visitante o contato com o “autêntico” e “real”, e a educação patrimonial tem muito a acrescentar a medida que instrumentaliza o visitante a interagir de diversas formas com estes patrimônios. É a educação patrimonial que orienta o olhar sobre uma peça e discute seus diversos valores.

    Sendo assim, parece uma prática mais interessante do que verdadeiras “palestras” apenas ilustradas pelo acervo que encontramos em alguns museus.

     

    A especificidade do

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