Entre os dias 20 e 22 de março realizou-se, no Museu Carlos Costa Pinto, em Salvador, o Encontro Baiano de Educação Museal – EBEM, promovido pela Rede de Educadores em Museus da Bahia. Foi uma grande oportunidade de intercâmbio entre diversos agentes do campo museológico: a sociedade civil organizada, representada também pela presença das Redes de Educadores em Museus de outros estados, dirigentes e demais profissionais de museus de Salvador, estudantes de museologia e representantes do Instituto Brasileiro de Museus – Ibram.
O tema do EBEM, Museus em chamas – verso e reverso de como chegamos até aqui -, suscitou discussões e reflexões sobre a atual circunstância do campo museológico brasileiro, a efetividade das políticas que o orientam e as soluções empreendidas pelos trabalhadores dos museus para possibilitar que os museus sejam cada vez mais dinâmicos e receptivos à sociedade, refletindo seus avanços e inspirando transformações positivas.
Na noite de abertura, Fernanda Castro proferiu a conferência sobre o tema do encontro. Fernanda é educadora no Museu da Chácara do Céu e no Museu Histórico Nacional/IBRAM e coordenadora da linha de pesquisa “Educação museal: conceitos, história e políticas” do Museu Histórico Nacional -MHN/CNPq. Abordou as dinâmicas das políticas formuladas para a área museal ao longo da história, que incluem entre seus aspectos negligências que em vários momentos culminaram em incêndios como o destruiu a maior parte do acervo do Museu Nacional em setembro de 2017. Por outro lado, apresentou também as tantas ocasiões em que a mobilização do campo insuflou a criação de políticas que incluíram a participação da sociedade civil em sua formulação, a exemplo da Política Nacional de Educação Museal – PNEM.
Durantes os dias seguintes foram apresentados trabalhos que demonstraram de forma representativa a grande diversidade de experiências que integram o cenário museológico brasileiro. Arquitetura, ações educativas, a relação com as escolas, patrimônio cultural, capacitação, museus universitários, função educativa em instituições museais: esses foram alguns dos temas que ensejaram as reflexões e relatos que permitiram um debate qualificado sobre a educação museal no contexto presente.
A reunião das Redes de Educadores em Museus que tinham representantes presentes no EBEM foi um espaço reservado pra a articulação e diálogo das entidades, fundamentais para a mobilização do setor. Entre seus resultados está a formulação de uma Recomendação dirigida ao campo museológico.
No último dia de encontro, o REM Debates abordou as políticas relacionadas à educação museal sob distintas perspectivas. A profª drª Rejane Lira, do Instituto de Biologia /UFBA explanou sobre o incêndio do Gabinete Naturalista de Salvador no início do séc. XX e seus desdobramentos. Tais Valente dos Santos, coordenadora da Coordenação de Preservação e Segurança – COPRES/ DPMUS/ Ibram falou sobre as políticas e normativas relacionadas à área de conservação e segurança em museus e as possibilidades de avanço a partir da capacitação na área. Marielle Costa, chefe da Divisão de Educação da Coordenação de Museologia Social e Educação/ DPMUS/ Ibram, apresentou o status da implementação da PNEM no que concerne às atribuições do Ibram e a expectativa de cooperação com as REMs para otimizar esse processo. Após as apresentações, as perguntas do público presente estenderam o diálogo em relação às temáticas contempladas.
A profª draª Maria Célia Teixeira além da sua respeitável trajetória de formação e atuação como docente da UFBA, é membra do ICOM e da Associação Brasileira de Museologia. Proferiu a conferência de encerramento do encontro relacionando o tema à trajetória da Museologia no Brasil, abordando processos de formação e capacitação, marcos históricos e as políticas voltadas para a área.
Felicitações ao Comitê Gestor da REM-BA, e que sigamos construindo muitas possibilidades de interlocução!